“A gente nem sabe para que lado se mexer”, diz Paulo Pimenta sobre desastre no RS

“A gente nem sabe para que lado se mexer”, diz Paulo Pimenta sobre desastre no RS

A declaração ocorreu em reunião on-line do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável

Estadão Conteúdo

Pimenta foi nomeado para Ministério Extraordinário de apoio ao RS

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O ministro de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, disse, nesta quinta-feira, que "cada hora aparece um problema novo" e "a gente não sabe nem para que lado se mexer", citando os estragos causados pelas enchentes no território gaúcho. A declaração ocorreu em reunião on-line do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, para tratar sobre medidas no Estado.

"Os prefeitos já estão falando aqui em soluções de barraca… Apoio das Forças Armadas, Saúde… Enfim, cenário de guerra, mesmo. Então, é uma questão muito complexa. Eu acho que, quando a gente fala da maneira que eu estou falando, a gente não sabe nem para que lado se mexer. Eu estou mais ou menos assim no momento. Cada hora aparece um problema novo numa área", disse o ministro.

O vídeo com a fala do ministro foi publicado pelo site O Antagonista na sexta-feira em um trecho de 1 minuto e 29 segundos. Não houve transmissão pública da reunião.

Ao Estadão, Pimenta afirmou que a fala dele foi "retirada de contexto" e que cortaram a declaração completa. O ministro disse que não se referia às medidas do governo federal, mas que estava respondendo a uma pergunta de como o Conselhão poderia contribuir com as ações e em que áreas.

Também na reunião, Pimenta sugeriu o foco da reconstrução em uma área por vez. "Eu acho que nós tínhamos que tentar focar uma área específica e tentar construir alguma coisa que pudesse ter um resultado concreto de alguma área específica. Não sei exatamente que área seria essa, mas se a gente pudesse pensar uma estratégia de uma ação para alguma coisa que pudesse mobilizar o esforço para ajudar a resolver uma situação, seria muito importante", disse.

Ao Estadão, Pimenta disse que, com o "a gente", se referia ao Conselhão, e não ao governo federal. Ele afirmou que participou da abertura da reunião, expondo as ações prioritárias do governo e respondendo a questões. Depois, deixou a sala.

Na gravação, aparecem dois monitores onde se vê o layout de chamada em vídeo, em que outros membros do Conselhão participam. Pimenta aparece fisicamente ao lado do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

Embora a gravação tenha o logotipo do CanalGov, o vídeo não está disponível no canal do YouTube do governo. Pimenta afirmou que a reunião não foi transmitida ao vivo. A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República foi questionada sobre a reunião, mas não respondeu.

Gaúcho, Pimenta foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para intermediar os trabalhos do governo federal e do governo estadual na reconstrução do Rio Grande do Sul. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a ideia do governo Lula é que a pasta tenha caráter excepcional, com atuação prevista até o "fim do estado de calamidade" na região.

O nome de Pimenta não foi bem recebido pelo governo estadual. Na avaliação da gestão gaúcha, o presidente Lula quer capitalizar o nome do ministro para algum cargo majoritário no Estado em 2026.

O ministro afirmou que no início da reunião apresentou ao Conselhão o planejamento de trabalho e as prioridades do governo incluindo o plano de trazer bombas de São Paulo, Ceará e Alagoas, com o auxílio das Forças Armadas, para ajudar no escoamento da água acumulada nas cidades.


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