“A tentativa de envenenar o Alckmin e eu não deu certo”, diz Lula
Foi a primeira vez que o presidente falou sobre o resultado da operação da Polícia Federal
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta quinta-feira pela primeira vez sobre a operação Contragolpe, da Polícia Federal, que revelou um plano para matá-lo. A declaração de Lula ocorreu durante um evento sobre concessão de rodovias à iniciativa privada.
"Eu tenho de agradecer por estar vivo. A tentativa de envenenar o Alckmin e eu não deu certo. Nós estamos vivos”, resumiu.
A fala de Lula faz referência a detalhes descobertos pela PF sobre um plano de golpe de Estado, que envolvia, além da sua morte, o assassinato do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A ofensiva da PF prendeu cinco pessoas, suspeitas de planejarem o golpe para impedir a posse de Lula. Entre os detidos estão um general e militares que integram as Forças Especiais do Exército, além de um policial federal. Os presos são o general Mário Fernandes, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Rafael Martins De Oliveira. O agente detido é Wladimir Matos Soares. Todos foram presos nesta terça-feira por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Indiciamento
Após a operação, as prisões e a repercussão das descobertas, a PF deverá indiciar ainda hoje 40 pessoas dentro do chamado “inquérito do Golpe”. A lista de nomes inclui o do ex-presidente Jair Bolsonaro, além dos ex-ministros general Augusto Heleno e Braga Netto, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem.
A lista com os nomes dos indiciados deve ser enviada ainda nesta quinta-feira (21) ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF).
Os indiciados devem ser acusados por crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa pelo planejamento e tentativa de execução de um golpe militar.
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