Aglomeração marca ato pró-Bolsonaro em Porto Alegre

Aglomeração marca ato pró-Bolsonaro em Porto Alegre

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Felipe Samuel

Manifestação ocorreu na tarde deste domingo

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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro voltaram a promover neste domingo ato contra integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e contra o governador Eduardo Leite. Na sede do Comando Militar do Sul, no Centro Histórico, centenas de manifestantes com bandeiras do Brasil se aglomeraram no cruzamento entre a Rua dos Andradas e a General Canabarro, onde uma caixa de som foi instalada e um microfone disponibilizado para manifestações políticas. 

Eles exibiam cartazes e faixas com mensagens que variam desde 'intervenção militar' a 'lockdown não', a exemplo do protesto da última quarta-feira, em frente ao Palácio Piratini. A poucos metros dali, um grupo de oposição aos bolsonaristas carregava uma faixa com a mensagem 'Bolsonaro genocida'. Houve tensão e provocação, com xingamentos de parte a parte. A Brigada Militar reforçou a segurança no local e fez cordão de isolamento. Muitos idosos marcaram presença no ato. Aos poucos, o grupo que protestava contra o governo federal se dispersou. 

Vestido com uma camiseta amarela com a imagem de Bolsonaro e com bandeira do Brasil em punho, o representante comercial Aldo Lopes, 65, observava à distância a aglomeração. Ele reforçava o coro de críticas aos integrantes do STF. Inconformado com a decisão do ministro Edson Fachin, que manteve a anulação das condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, Lopes afirma que o STF promove uma 'perseguição ao povo da direita'. "A manifestação aqui é a favor do Bolsonaro, estou pedindo intervenção militar", afirma. 

Na avaliação de Lopes, que preencheu ficha para criação do partido Aliança pelo Brasil, o STF está querendo 'governar o Brasil'. "Eles estão tirando todo poder do Legislativo e do Executivo", critica. Ele também criticava a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi preso por conta de ataques a ministros do STF, além de defender atos constitucionais. O eletrotécnico Marco Della Nina, 54, um dos organizadores do ato, critica a atuação dos governadores e do STF durante a pandemia. "Pedimos a saída dos 11 ministros do STF, respeitamos a instituição, mas não conseguimos enxergar pessoas isentas e imparciais no STF", afirma.

Além de defender o 'tratamento precoce' contra Covid-19, que não tem eficácia científica comprovada, Della Nina pede por intervenção militar com 'Bolsonaro no poder'. O protesto de hoje é para dar direito à governabilidade do presidente. Isso só acontece eliminando e tirando o STF", acredita. Ele esclarece que não é filiado a nenhum partido político, embora também tenha participado da organização do ato de quarta-feira. "Sou líder comunitário, hoje não sou filiado a nenhum partido, mas não deixo de ser uma pessoa política", destaca.

Por meio da assessoria, o CMS informou que não vai se manifestar sobre aglomerações no entorno da sede da instituição. O comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento, afirma que houve reforço da fiscalização em parques e praças, principalmente para atender a denúncias de aglomerações no comércio e em serviços. "Não temos efetivo para estar em todos os lugares", justifica, acrescentando que a região onde ocorreu a manifestação é uma área militar. A Brigada Militar informou que o ato havia sido marcado com antecedência. 


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