AGU pede mais prazo para renegociar acordos de leniência da Lava Jato

AGU pede mais prazo para renegociar acordos de leniência da Lava Jato

Ministro André Mendonça pediu prorrogação de 60 dias

Estadão Conteúdo

Ministro André Mendonça pediu prorrogação de 60 dias

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A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prorrogação por 60 dias do prazo para autoridades e empresas chegarem a um consenso na renegociação dos acordos de leniência firmados no âmbito da Operação Lava Jato.

'Apesar da intensa negociação promovida pela Controladoria-Geral da União e por esta Advocacia-Geral da União, com as empresas interessadas, bem como da disposição demonstrada pelas referidas pessoas jurídicas, não foi possível, no prazo de 60 dias, obter uma resolução consensual', diz a AGU na petição.

Audiência

O prazo inicial de 60 dias foi determinado em audiência pública realizada em fevereiro com representantes da Procuradoria-Geral da República, da AGU, da CGU e de empresas que fecharam acordos. As empresas que participam das tratativas são a J&F, Novonor, Camargo Corrêa, UTC, Nova Engevix, Petrobras e Braskem. Já houve outras tentativas de repactuação, sem sucesso. Segundo a CGU, elas ainda devem R$ 11,7 bilhões à União.

Na ocasião, o ministro do Supremo determinou que, no prazo estabelecido para a revisão dos acordos, não poderá ser aplicada qualquer sanção às companhias em caso de 'eventual mora' - um atraso no pagamento das multas pactuadas.

Mendonça ressaltou ainda a importância dos acordos de leniência como 'instrumento de combate à corrupção' e ponderou que a conciliação não servirá para que seja feito um 'revisionismo histórico'.

O magistrado é o relator de uma ação proposta pelo PCdoB, PSOL e Solidariedade que questiona os pactos firmados antes da formalização do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), em 2020, que sistematiza regras para o procedimento.

As legendas ainda apontam um 'estado de coisas inconstitucional' na Lava Jato e alegam uma suposta atuação abusiva do Ministério Público Federal (MPF) nas negociações.

Em paralelo, o ministro do Supremo Dias Toffoli suspendeu multa bilionária do grupo J&F. Dois meses depois, em fevereiro de 2024, repetiu a decisão por solicitação da Novonor, antiga Odebrecht.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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