Ameaças a juiz do caso Cachoeira são graves, diz STF

Ameaças a juiz do caso Cachoeira são graves, diz STF

Magistrado pediu afastamento e disse que seu trabalho era desqualificado pelo TRF

AE

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, considerou de "gravidade incomum e qualificada" as ameaças veladas feitas ao juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que comandava o processo contra o contraventor Carlinhos Cachoeira, e que o levaram a abandonar o caso. "Não se pode ameaçar do ponto de vista físico, moral ou psicológico nenhum julgador e sua família", afirmou.

A corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, disse que ouvirá o juiz e questionará o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região se foram adotadas providências para proteger o magistrado ou se o tribunal simplesmente aceitou seu afastamento do cargo.

"Não podemos ter juízes covardes, juízes ameaçados. Não podemos aceitar que ameaças veladas impeçam a magistratura de exercer suas funções", ressaltou a ministra. "No dia que aceitarmos tal precedente, não teremos magistrados independentes", acrescentou.

À corregedora, Moreira Lima contou que, além das ameaças veladas, seu trabalho era contestado pelos colegas de tribunal, especialmente a legalidade das provas obtidas no curso das investigações.

De acordo com Eliana, o juiz disse que seu trabalho estava sendo desqualificado pelo TRF. "Se minhas provas estão sendo desqualificadas, se estou me sacrificando à toa, eu estou saindo do processo", falou o juiz, conforme a corregedora.

O juiz federal que herdaria o caso, Leão Aparecido Alves, tem ligações pessoais com um dos investigados. Por isso, em entrevista à TV Anhanguera, ele afirmou que se declarou impedido e que não assumirá os rumos da investigação.

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