Após fala de Haddad, vídeo de chefe da Receita cria nova crise com Lira

Após fala de Haddad, vídeo de chefe da Receita cria nova crise com Lira

Barreirinhas usou as redes sociais para defender a cobrança do IR de investimentos feitos por brasileiros em paraísos fiscais

AE

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

publicidade

Numa ação inédita para a sisuda Receita Federal, o secretário do órgão, Robson Barreirinhas, usou as redes sociais para defender a cobrança do IR de investimentos feitos por brasileiros em paraísos fiscais. A ação acabou gerando um novo mal-estar com deputados uma semana depois da crise deflagrada pela fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que apontou para um excesso de poder da Câmara.

Num vídeo curto publicado no Instagram, o chefe da Receita defendeu a taxação dos investimentos nos chamados fundos offshore. O vídeo, porém, foi apagado e não está mais disponível. O link havia sido distribuído pela assessoria da Fazenda a um grupo de jornalistas.

Segundo apurou o Estadão, o vídeo foi apagado por ordem do secretário executivo da Fazenda, Dario Durigan, após o incômodo de deputados, que fizeram chegar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a queixa de que o governo tenta "emparedar o Congresso". Na avaliação de Lira e da cúpula da Casa, essa "não é uma ação inteligente" e pode afetar a tramitação de projetos de interesse na Câmara.

Lira não apoia a taxação, com a qual Haddad conta para aumentar a arrecadação em 2024 e garantir o cumprimento da meta de zerar o rombo nas contas do governo no ano que vem.

"É muito importante nós começarmos a tributar os investimentos em paraísos fiscais", disse Barreirinhas no vídeo, lembrando que essa taxação vai compensar a perda de arrecadação com a correção do salário mínimo acima da inflação e do limite da tabela do IR. Segundo ele, a cobrança iria atingir somente 0,04% dos brasileiros ricos com reais no exterior.

A taxação das offshore e dos fundos exclusivos de alta renda existentes no Brasil e a pressão pela reforma ministerial foram o estopim das críticas de Haddad ao comando Câmara, na semana passada. Procuradas, Fazenda e Receita não explicaram a razão para o material ter saído do ar até a publicação deste texto.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895