Apoiadores do ex-presidente Lula se reúnem no acampamento no Anfiteatro
Cerca de 500 policiais fazem o monitoramento na região que fica no Parque Harmonia
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Enquanto as caravanas chegavam ao acampamento, aproximadamente 500 policiais militares se dividiam monitorando em torno. Também como parte da operação de Segurança Pública que integra diversos órgãos, oito agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) acompanhavam a situação do trânsito. Não havia previsão de interrupções no trânsito da região pela manhã e, pelo menos, nas primeiras horas da tarde.
O acesso à concentração era livre para quem passasse a pé pelo local. A exceção era a entrada dos veículos, que, através de uma corda, era controlada pelos movimentos sociais. Durante a manhã, contudo, os automóveis que tentaram acessar o local foram permitidos. No acampamento, grupos se dividiam por toda a extensão do parque, mas a maior aglomeração era mais próxima da margem do Guaíba, onde estava a maior parte das barracas.
A chegada de caravanas na manhã era, em sua maior parte, de municípios de Santa Catarina. De Pinhalzinho, Fabiano da Luz, de 43 anos, havia acabado de chegar em um ônibus que transportou 48 pessoas desta cidade e de Saudades, Nova Erechim, Modelo e Sul Brasil. “Vontade que se faça justiça e não política”, disse ao ser questionado sobre a motivação de viajar nove horas até Porto Alegre. Ele, que afirmou não ser ligado a nenhum movimento político ou social, também comentou que deveria acompanhar o julgamento no próprio acampamento.
Não havia, no entanto, uma certeza sobre onde os manifestantes acompanhariam os desdobramentos. A professora aposentada e filósofa Taniara de Souza, de 62 anos, disse acreditar que, quando o julgamento começar, uma caminhada pode ser feita até onde as forças policiais permitirem. Vinda de Florianópolis, ela disse que 13 ônibus lotados haviam saído na madrugada de terça da capital catarinense. Militante do PT, contudo, ela não tem muitas expectativas quando a absolvição do ex-presidente. “Não condenar Lula seria abrir mão do golpe”, opinou.
Também recém-chegado de Santa Catarina, Matias Soares, de 21 anos, acreditava que o julgamento seria acompanhado do próprio Anfiteatro e disse que veio de Anchieta apenas para apoiar o ex-presidente. “Ele foi metalúrgico como eu e trabalha como a gente. É uma pessoa humilde”, comentou Soares enquanto armava o acampamento.