Apresentação do relatório da PEC do estouro na Câmara depende de formação de maioria

Apresentação do relatório da PEC do estouro na Câmara depende de formação de maioria

Relator tem diferentes versões já prontas e colocará para votação aquela que tiver força para passar sem alterações

R7

Deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), relator da PEC do estouro, espera acerto para uma das versões da PEC

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Travada na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do estouro tem um relatório pronto para ser votado na Casa, mas o texto só deve ser apresentado quando houver maioria clara de parlamentares para aprovação sem alterações ao parecer do relator. Na visão mais otimista, a votação deve ocorrer ainda nesta quinta-feira (15). Os deputados têm até a próxima terça-feira (20) para colocar o tema na pauta.

A reportagem apurou que o relator da proposta, deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), tem nas mãos mais de uma versão do parecer da PEC. Isso seria uma estratégia para garantir que o texto não sofrerá mudanças durante a discussão na Casa. A expectativa é que o relator decida o melhor modelo de parecer 30 minutos antes da sessão, depois de se reunir com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Segundo Nascimento, pedidos de mudanças no mérito da PEC são esperados. "Os R$ 200 a mais para o Bolsa Família, os R$ 150 por criança, o reajuste do salário mínimo, não acredito que votem contra, mas, fora isso, não sabemos. Vamos tentar construir um texto que seja apresentado e votado pela maioria, sem desconfigurar o texto", afirmou o deputado.

No entanto, a ideia da base aliada do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é manter o texto como foi aprovado no Senado.
Os senadores aprovaram a liberação de R$ 145 bilhões acima do teto de gastos por dois anos para bancar o Bolsa Família. O montante também servirá para recompor a previsão orçamentária deficitária de 2023.

Caso não haja acordo, a votação ficará para a próxima semana. Outra possibilidade é votar as alterações como destaques. Assim, o texto-base não precisa voltar para o Senado e apenas as mudanças são discutidas separadamente.

Aliados de Bolsonaro articulam emendas para reduzir o prazo de validade da PEC e o valor previsto. Entre os opositores do governo eleito, há desde propostas mais restritivas, que defendem a liberação do valor apenas para o pagamento do Bolsa Família, até as que preveem extrateto de R$ 100 bilhões, recursos que seriam usados também para programas de governo que não foram contemplados na proposta de Orçamento enviado pelo atual governo.

 


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