Assembleia decide nesta terça rumos do caso Basegio

Assembleia decide nesta terça rumos do caso Basegio

Deputado do PDT formalizou ontem sua renúncia ao mandato

Correio Do Povo

Deputado do PDT formalizou ontem sua renúncia ao mandato

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O Legislativo gaúcho decide nesta terça-feira sobre o processo de cassação do deputado Diógenes Basegio (PDT). Apesar da renúncia, anunciada na última sexta-feira, ao vivo, no programa “Esfera Pública”, da Rádio Guaíba, e formalizada na manhã dessa segunda-feira com protocolo na Assembleia, o processo ético-disciplinar por quebra de decoro precisa prosseguir por determinação do regimento interno da Casa.

A manutenção do processo na pauta de votação, no entanto, não é unanimidade entre os parlamentares e poderá ser retirado da pauta para dar lugar a outras matérias consideradas urgentes, como as propostas de ajuste fiscal do Executivo. Líderes do governo, Alexandre Postal (PMDB), e da bancada do PDT, Eduardo Loureiro, consideram que, diante da renúncia que encerra o mandato e retira direitos políticos de Basegio , a cassação “perde o sentido”, argumentam.

O entendimento dos deputados é o mesmo da Justiça Eleitoral, de que a renúncia não o protege de perda dos direitos políticos. O Tribunal Regional Eleitoral gaúcho informou ontem que a Lei das Inelegibilidades (LC 64/1990) determina que a renúncia praticada após a abertura de representação não impede a perda dos direitos e considera como período inelegível o tempo remanescente do mandato, somado a oito anos de impedimento para disputa de eleições.

Circulam na Assembleia rumores de que a renúncia deixa os deputados mais à vontade para rejeitar o pedido de cassação. Aprovada, a cassação seria a primeira na história da Casa e definiria nova jurisprudência para julgar e punir casos semelhantes, no futuro, com a perda do mandato.

Nessa segunda-feira, o presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), garantiu que manterá o processo na pauta. Na reunião de líderes, no entanto, pode não haver acordo para que a votação ocorra hoje. No processo, Basegio é acusado de ter contratado funcionária fantasma e ter se omitido diante de suspeitas de irregularidades em seu gabinete.

Processos contra Basegio

No último dia 10 de novembro um novo processo foi aberto pelo Corregedor-Geral da Assembleia Legislativa (AL) do Estado, Marlon Santos (PDT), contra Basegio. Os dados levantados pelo Ministério Público envolvem os cargos de confiança (CCs) e uma lista feita pelo deputado. A suspeita é de que esses novos valores apresentados sejam relativos ao pagamento de parte dos salários dos CCs a Basegio.

CCJ rejeita relatório que pedia suspensão de Basegio

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa rejeitou na terça-feira da semana passada o relatório do deputado Ciro Simoni (PDT) que solicitava a suspensão do deputado Diógenes Basegio (PDT). Foram dez votos pela não suspensão e dois a favor. Apenas os deputados do PDT votaram pela aprovação do parecer.

Justiça determina bloqueio dos bens de Basegio e ex-assessores

Em outubro, a Justiça havia determinado o bloqueio dos bens do deputado estadual e seus cinco ex-assessores. A ação por improbidade administrativa foi ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MP). Entre os ex-assessores citados, está Neuromar Gatto. Na ação proposta pela promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, o deputado e os ex-assessores são acusados de enriquecimento ilícito, lesão aos bens do Estado e perda patrimonial à Assembleia Legislativa. Segundo o MP, os fatos que deram origem à ação de improbidade tem relação com os delitos de peculato, concussão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Os danos aos cofres públicos podem chegar a R$ 2,4 milhões. O que, considerada a multa prevista na Lei de Improbidade Administrativa de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial, atingiria a cifra de R$ 7,4 milhões. Assim, conforme compreensão do Superior Tribunal de Justiça, o valor do dano e da multa civil, somaria a importância total de R$ 7,5 milhões a ser levada em conta para fins de decretação de indisponibilidade de bens.

Denúncias

Basegio foi acusado, pelo ex-chefe de gabinete Neuromar Gatto, de recolher parte dos salários dos servidores do gabinete, de contratar uma funcionária fantasma, que supostamente recebia sem trabalhar, e de coordenar a alteração dos odômetros dos veículos do gabinete, fazendo o ressarcimento ser maior que o custo da gasolina realmente utilizada. O deputado disse que exonerou Gatto pelo fato de o servidor ter se envolvido em um esquema de fraude no uso do cartão para abastecimento.

Segundo Basegio, as acusações são infundadas e o assessor o chantageou depois que ter sido denunciado ao Ministério Público (MP), por uso indevido de dinheiro público. O pedetista também salienta que o caso só chegou à imprensa porque Gatto queria se vingar da exoneração.

O julgamento da cassação de mandato de Basegio estava previsto para a próxima terça-feira

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