Assembleia deve votar cota para negros em concursos do Ministério Público do RS

Assembleia deve votar cota para negros em concursos do Ministério Público do RS

Proposta tramita na Casa desde 2018 e reserva 20% das vagas em editais e cargos efetivos

Flávia Simões
Projeto, que tramita há sete anos, é o segundo na ordem do dia

Projeto, que tramita há sete anos, é o segundo na ordem do dia

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Após sete anos de tramitando, os deputados estaduais votam nesta terça-feira o projeto da Procuradoria-Geral que prevê a reserva de vagas para negros nos concursos públicos e cargos efetivos do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).

A proposta prevê uma reserva de 20% sempre em que o número de vagas for acima de três, podendo concorrer às vagas aqueles candidatos que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição do concurso público, respeitando o quesito cor ou raça utilizado pelo IBGE.

O documento prevê, ainda, a possibilidade de criação de um comissão, formada por servidores do MPE e “pessoa que participe de órgão/entidade que promova a igualdade étnica”, para “aferir a veracidade da autodeclaração”.

A lei entra em vigor na data de sua publicação e tem vigência por dez anos, mas não se aplica a editais que já tenham sido publicados antes. Em justificativa, o texto afirma que o MP está “garantindo direito à igualdade, promovendo medidas necessárias”.

“Não se pretende o estabelecimento de privilégio a determinado grupo étnico, mas da correta interpretação da Constituição brasileira, que adotou concepção de complementaridade entre igualdade formal e igualdade material, permitindo tratamento legitimamente diferenciado a determinados grupos, objetivando ilidir desigualdades socialmente construídas das quais resultam restrições no acesso a bens essenciais e direitos fundamentais”, diz documento.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa ainda propôs uma emenda estendendo a reserva de vagas para 30% nos processos seletivos para contratação de estagiários do Ministério Público do RS. Mas, assim como o texto principal, a emenda precisa passar pela aprovação em plenário. O projeto é o segundo na ordem de votação do dia. Outros cinco projetos também então na pauta.

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