Assembleia do RS aprova Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024

Assembleia do RS aprova Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024

Matéria foi apreciada na última sessão do parlamento gaúcho antes do recesso; Plano Plurianual será encaminhado até 1º de agosto

Felipe Nabinger

Guilherme Pasin (PP) e líder do governo Frederico Antunes (PP) comemoram aprovação da LDO

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No início da noite de ontem, com as galerias praticamente vazias, em ambiente tranquilo e contrastando com a sessão extraordinária da manhã que aprovou em primeiro turno a "PEC do Hino", a Assembleia Legislativa aprovou por 39 votos favoráveis a 12 contrários a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do exercício de 2024. Conforme o Executivo, o orçamento projetado para a elaboração da lei prevê superávit de R$ 394 milhões, resultado da redução do pagamento da dívida com a União no contexto do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). 

Sem abordar os recursos de R$ 4,1 bilhões da venda da Corsan, assinada na última sexta-feira, o texto também não prevê reajuste para servidores públicos, considerando nomeações e aumentos já concedidos e crescimento vegetativo da folha salarial. No entanto, o governo justifica que o texto proposto “autoriza o reajuste, que pode ocorrer a depender da evolução do cenário fiscal”.

“É a primeira LDO da nova gestão. Ela tem como base a proposta de não arredarmos o pé do equilíbrio fiscal, bem como a retomada de pagamento de dívidas por meio do RRF e do programa de precatórios”, disse Frederico Antunes (PP), líder do governo, ao celebrar a vitória.

Antunes vê a proposta como garantia de manutenção dos projetos que já vêm sendo adotados pelo governo do RS. Sobre a discussão, que se estendeu, o deputado disse que na Comissão de Finanças já havia acontecido um “amplo e bom debate”, reproduzido no plenário. 

Críticas da oposição

Se a base comemorou, a oposição fez críticas. Foram protocoladas emendas exigindo o pagamento de dívidas do próprio Estado com o IPE Saúde, recomposição de servidores na Uergs, linhas de financiamento do Banrisul para agricultura familiar e pequenos negócios, além da ampliação de recursos para a saúde. As emendas, no entanto, restaram prejudicadas pelo requerimento de preferência da liderança governista, aprovado no plenário. 

“Não tem como votar favorável. A proposta é tímida e não ousa tirar o Estado desta letargia”, disse o líder da bancada do PT, Luiz Fernando Mainardi. Os petistas alegam que a primeira gestão de Eduardo Leite (PSDB) sustentou o governo com aumento de impostos, arrocho dos salários dos servidores, receitas extraordinárias e privatizações, sem que o RS apresentasse crescimento econômico.

“Queremos um RS que retome o crescimento. O que essa LDO oferece é mais crise, menos crescimento”, afirmou o deputado Miguel Rossetto.  Os votos contrários foram de nove deputados do PT, um do PCdoB e dois do PSol.

O que é a LDO

A LDO, junto com o Plano Plurianual (PPA), que será encaminhado pelo Executivo até o dia 1º de agosto, e com a Lei Orçamentária Anual (LOA), integram o mecanismo de planejamento do governo. 

A lei estabelece as prioridades e metas da administração estadual, orientando a elaboração e execução do orçamento, assim como suas alterações, por exemplo.


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