Governo do RS assina venda da Corsan após impasse no TCE

Governo do RS assina venda da Corsan após impasse no TCE

Presidente do Tribunal de Contas do Estado, Alexandre Postal, derrubou medida cautelar e Executivo finalizou venda ao Consórcio Aegea

Correio do Povo

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O governo do Rio Grande do Sul assinou, no final da tarde desta sexta-feira, o contrato de venda da Corsan ao Consórcio Aegea. A assinatura aconteceu após um conflito de medidas judiciais que teve resolução positiva para o Executivo. Nesta sexta, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Alexandre Postal, voltou a derrubar uma medida cautelar - aceita pela relatora do processo no TCE, conselheira-adjunta Ana Cristina Moraes - e autorizou a concretização do negócio.

"Com alegria fizemos essa transferência. O quinto processo de privatização feito pelo nosso governo", celebrou Eduardo Leite no ato da assinatura. "O poder público não se ausenta. O poder público assume o papel de regulador e fiscalizador", afirmou sobre a venda.

O governador reiterou que os gaúchos decidiram pela venda da Corsan em duas oportunidades: na aprovação pela Assembleia do RS e nas urnas com vitória do seu projeto. Questionado sobre o duelo entre liminares, Leite justificou: "por três meses Ana Cristina Moraes não decidiu, por isso levamos a discussão ao presidente (TCE-RS)". Vice financeiro do Consórcio Aegea, André Pires, disse que não haverá aumento de tarifa das cidades.

Foram seis meses de batalhas judiciais até o desfecho em cerimônia no Palácio Piratini, convocada poucos minutos após duas decisões importantes que impediam a assinatura. Uma delas foi no âmbito do Tribunal de Justiça do RS, que indeferiu a medida cautelar solicitada pelo Sindiagua.

Entenda o caso Corsan

Apesar de ter dito que não privatizaria a Corsan, durante a campanha eleitoral de 2018, se fosse eleito, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou o processo de privatização da companhia em 2021. A justificativa foi o Marco Legal do Saneamento, aprovado naquele momento no Congresso Nacional. Entre as novas metas previstas está a universalização do saneamento até 2030. 

Em agosto de 2021, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto autorizando a privatização da companhia. A proposta recebeu 33 votos favoráveis e 19 contrários. Após meses de discussão, o leilão da companhia ocorreu em 20 de dezembro de 2022 na Bolsa de Valores. Na ocasião, em um lance único, o Consórcio Aegea adquiriu a Corsan pelo valor de R$ 4,151 bilhões, que representou ágio de 1,15%. Porém, em função das ações judiciais, em diferentes âmbitos, o contrato não pode ser assinado.

Uma das ações que ainda impede a assinatura do contrato era o processo em tramitação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). O processo tem a relatoria da conselheira-adjunta Ana Cristina Moraes. Após adiamentos, a previsão é que no dia 19 de julho, ela apresente o relatório e o seu voto para que o pleno analise. Nessa semana, após a manifestação do presidente do TCE, Alexandre Postal, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que a decisão “repõe o desejo dos gaúchos”. Postal derrubou medida cautelar e autorizou a concretização da venda.

Na noite de quinta-feira, a relatora do processo no TCE, conselheira-adjunta Ana Cristina Moraes, aceitou uma representação movida pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Geraldo Da Camino, para que a oficialização da venda aguarde o posicionamento em definitivo do Tribunal, previsto para o dia 19 de julho. Nesta sexta,  presidente do TCE, Alexandre Postal, derrubou outra medida cautelar e o campo ficou livre para o fim do negócio. O TJRS também indeferiu a medida cautelar solicitada pelo Sindiagua e o contrato ficou sem entraves legais.

Leia o contrato na íntegra


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