Associação de caminhoneiros gaúchos decide não paralisar na próxima terça

Associação de caminhoneiros gaúchos decide não paralisar na próxima terça

Entidade é contra bloquear rodovias pelo aumento do preço do combustível

Daiane Vivatti / Rádio Guaíba

Em novembro de 2015, pelo impeachment de Dilma Rousseff, 18 pontos foram bloqueado no RS

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Mesmo com o Movimento dos Transportadores de Grãos e Derivados (MTG), de Mato Grosso, convocando uma paralisação nacional de caminhoneiros para a próxima terça-feira, a previsão é de que não ocorra greve geral no Rio Grande do Sul. O protesto, que prevê trancar o trânsito de cidades e rodovias pelo Brasil, ocorre devido ao aumento de impostos sobre combustíveis, anunciado pelo governo de Michel Temer na semana passada.

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) e o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) não estão chamando a categoria para aderir à manifestação, mas dizem respeitar a decisão de quem paralisar. No entanto, as entidades são contrárias a bloqueios de rodovias.

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De acordo com o representante da União Brasil Caminhoneiro no Estado, Osmar Lima, será respeitada a orientação do comando nacional. O presidente da MUBC, Nélio Botelho, defende que diferentemente do que ocorreu em 2013 e em fevereiro de 2015, quando o movimento liderou greves realizadas e pleiteava o subsídio no óleo diesel e aprovação da nova “Lei dos Caminhoneiros” durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, neste momento não há perspectiva de diminuição no valor dos combustíveis.

“De lá pra cá nós concluímos que fazer manifestação bloqueando rodovia, a experiência mostra que não é mais um caminho que devemos seguir. Nós achamos que bloqueando rodovias nós colocamos a população contra a mobilização”, destaca Botelho. Além disso, diz que em até 60 dias será realizada uma reunião no Rio de Janeiro, reunindo participantes do movimento, para debater a possibilidade de uma greve mantendo os caminhoneiros parados em casa.

Já a Abcam diz que o aumento significativo do diesel preocupa os caminhoneiros. Segundo a entidade, a medida chegou em péssima hora para a categoria, que sofre com a falta de aplicabilidade da Lei do Caminhoneiros e de uma tabela de frete. A avaliação, porém, é de que a paralisação pode trazer um prejuízo muito maior ao transportador que, além de perder um dia de remuneração, vai seguir arcando com a alta dos impostos.

As Federações filiadas à Abcam estão realizando consultas com os transportadores de cada Estado para saber a vontade em aderir ou não à paralisação. Mas conforme o presidente da associação, José da Fonseca Lopes, até o momento, a entidade não recebeu nenhuma sinalização de adesão à greve.

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