Ato para “retomar poder” fracassa e não atrai público em Porto Alegre

Ato para “retomar poder” fracassa e não atrai público em Porto Alegre

Local tradicional ocupado pela massa bolsonarista, Parcão foi marcado pela ausência de manifestantes

Taís Teixeira

Brigada Militar no Parcão para acompanhar manifestação que fracassou pela ausência de bolsonaristas

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A convocação de novas manifestações dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foi frustrada em Porto Alegre pela ausência de bolsonaristas. Prevista para começar às 18h desta quarta-feira em todo o país, após chamamento coletivo pelas redes sociais, a ação tinha a intenção de fazer uma "Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder" em todas as capitais brasileiras. Em Porto Alegre, o movimento estava planejado para ocorrer no  Parcão, bairro Moinhos de Ventos, área tradicional ocupada pela massa bolsonarista. No entanto, às 18h, apenas um casal de idosos chegou, ela com camiseta de estampa militar e ele vestindo a cor amarela. Eles sentaram em um banco e aguardaram. O tempo passou e alguns apoiadores se aproximaram.Porém,  diante do esvaziamento do local, não se encorajaram a ficar e decidiram ir embora, inclusive o casal, por volta das 18h30min. 

Casal indo embora após esperar e constatar que os apoiadores de Bolsonaro não compareceriam ao ato. Foto: Ricardo Giusti

Além do típico fim de dia com pessoas se exercitando,  o que destoava do ambiente era a forte presença da Brigada Militar, com um efetivo diversificado, reunindo a cavalaria, policiamento ostensivo, forças táticas, Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), além de agentes da  Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC). A presença de jornalistas de diferentes veículos que foram escalados para cobrir o ato chamou a atenção, já que o número de profissionais de imprensa era maior que o de manifestantes. 

O tenente coronel do 9º Batalhão de Polícia Militar,Fábio Schmitt, explicou que o efetivo estava preparado para a possível manifestação, como faria para qualquer ato, mas  com mais reforço em virtude do que ocorreu nos últimos dias e diante da medida federal. Schmitt referiu-se à ordem emitida na quarta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, determinando  que as forças de Segurança Pública de todo o país, incluindo as polícias militares, impedissem qualquer tentativa de bloqueio de vias urbanas, rodovias ou a ocupação de prédios públicos, sendo que qualquer pessoa que descumprisse a decisão deveria ser presa em flagrante delito.

A aposentada Helen, 68 anos, foi para participar do ato. Ao se deparar com a total ausência de apoiadores, foi embora. “É muito triste”, disse. Outros fizeram o mesmo, chegaram para o ato, constataram a ausência de manifestantes  e deram a volta. Era possível ver pequenos grupos, muito poucos, mas que também logo se retiraram. Muitos reclamam enquanto se afastavam do alto número de brigadianos presentes no local.

Do outro lado da ponte do Parcão, a Polícia Militar atendia uma situação que envolvia um fotógrafo freelancer e bolsonaristas. Segundo o oficial da Brigada Militar que atendia a ocorrência, cada parte acusava a outra de ter iniciado o conflito. O caso será apurado. Um pequeno grupo estava no local e disparou xingamentos aos jornalistas quando foram perguntar qual era a versão deles do fato. 


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