Base fiel e apoio da oposição de direita marcam vitórias de Leite na Assembleia do RS

Base fiel e apoio da oposição de direita marcam vitórias de Leite na Assembleia do RS

Governo aprovou todos os 13 projetos apreciados no Legislativo gaúcho no primeiro semestre, antes do recesso parlamentar

Felipe Nabinger

Deputados durante a sessão plenária

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Fidelidade da base, poucos votos contrários das bancadas de esquerda e apoio de uma autointitulada “oposição de direita”. Assim, a segunda gestão de Eduardo Leite (PSDB) à frente do governo do Estado obteve a aprovação de 13 projetos no primeiro semestre na Assembleia Legislativa. Em que pese as matérias encaminhadas serem menos polêmicas que as reformas e privatizações aprovadas no primeiro mandato do tucano, destacam-se agora a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a aprovação do reajuste do piso do Magistério, a prorrogação do prazo dos concursos públicos e, aquela considerada mais difícil, a reformulação do IPE Saúde.

Leite contou com fidelidade das bancadas do PSDB, MDB, PP, União, PDT, Podemos, PSD, PSB e PTB, que fazem parte da base governista, além do apoio do deputado Felipe Camozzato, do Novo, que adota postura independente. Do conjunto desses deputados, o tucano obteve 100% de apoio dos projetos encaminhados pelo Executivo.

Além desses projetos, no primeiro semestre, houve a aprovação, de forma unânime no plenário, dos nomes de Claudio Gastal e José Nunes para o Badesul, Ranolfo Vieira Júnior e Leonardo Busato para o BRDE, e de Fernando Lemos como presidente do Banrisul. Todas as indicações partiram de Leite. 

Unanimidade, aliás, foi o resultado favorável a dez dos 13 projetos de origem do Executivo. Nos outros três, houve discordância por parte da oposição das bancadas de esquerda da federação do PT, que inclui o PCdoB, e do PSol nos projetos da Lei de Diretrizes Orçamentárias e de alteração na legislação referente ao patrimônio do Estado. 

O projeto de lei complementar (PLC) que reestruturou o IPE Saúde, aprovada por 36 votos a 16, foi aquele que apresentou maior número de votos contrários no período. Somaram-se aos 14 votos das bancadas de esquerda os  de Gustavo Victorino (Republicanos) e Adriana Lara (PL). Victorino reiteradas vezes frisou que, apesar de seu partido compor base do governo, adotaria postura independente, votando projeto a projeto conforme entendimento próprio.

Já o PL, partido de Adriana, denomina-se “oposição à direita”, porém o voto contrário da deputada foi o único “não” dado a Leite no primeiro semestre. Além disso, no mesmo projeto, Rodrigo Lorenzoni, líder do PL, não votou. Antes, ele teve uma emenda à proposta rejeitada. A bancada liberal, em sua maioria, votou com o governo do Estado nos 13 projetos.

Seis projetos de parlamentares

Propostas de parlamentares aprovadas em plenário no período foram menos da metade na comparação com as do Executivo: seis. A mais polêmica, a PEC “do Hino”, de Rodrigo Lorenzoni (PL), aprovada em primeiro turno, que volta à pauta no segundo semestre. Também versando sobre os símbolos, foi aprovado o projeto 2/2021 de Luiz Marenco (PDT).

Nadine Anflor (PSDB) aprovou a consolidação de mais de 20 leis de combate à violência contra a mulher em uma única legislação. Os outros três projetos abordam âmbito cultural. Um projeto de Paparico Bacchi (PL) reconheceu a Fazenda do Socorro, de Vacaria, como de relevante interesse histórico e cultural; uma proposta de Eduardo Loureiro (PDT) foi aprovada e declarou o Festival da Barranca patrimônio cultural imaterial; e outro projeto do Gaúcho da Geral (PSD) reconhece o ofício de guasqueiro como patrimônio histórico.

Chama a atenção que dos seis projetos de origem parlamentar, quatro são de deputados de partidos da base, dois do PL, que se considera oposição de direita e não há projetos de deputados de oposição dos partidos mais à esquerda.

Quatro projetos de lei que trataram do reajuste do subsídio de integrantes do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas do Estado foram aprovados em maio. As matérias chegaram a ter sua apreciação postergada em uma semana para que os parlamentares acordassem emendas supressivas em relação à automaticidade do reajuste.


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