"Biden terá de se mostrar capaz de ir além do discurso sobre união", diz Mourão

"Biden terá de se mostrar capaz de ir além do discurso sobre união", diz Mourão

Vice-presidente comentou que uma vez confirmada a eleição do democrata, o presidente eleito nos EUA terá "inúmeras dificuldades"

AE

Mourão disse que o governo brasileiro espera o final do processo eleitoral americano para se pronunciar

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O vice-presidente Hamilton Mourão avaliou nesta segunda-feira que, uma vez confirmada a eleição do democrata Joe Biden, o presidente eleito dos Estados Unidos terá "inúmeras dificuldades". Além de dificuldade na relação com a China, Mourão citou que os EUA estão divididos e, por isso, Biden precisa ir além de apenas um discurso de unificação. Em live promovida pelo Itaú, o vice-presidente reforçou que o governo brasileiro espera o final do processo eleitoral americano para se pronunciar.

"Acho que o presidente Biden, uma vez confirmada sua eleição, ele terá inúmeras dificuldades pela frente. Tem a questão da China, tem a questão do relacionamento com a Europa ocidental, tem alguns conflitos internacionais onde os Estados Unidos estão operando e tem a própria situação interna do país", afirmou Mourão. "Existe uma divisão lá dentro e o presidente Biden terá que se mostrar capaz de ir além da mera retórica de dizer que ele está lá para unir os americanos e realmente trabalhar em prol dessa união", acrescentou.

O vice-presidente afirmou ainda que não tem dúvidas de que as relações econômicas com os EUA "vão perdurar e vão avançar". Ele destacou que Brasil e Estados Unidos são duas das maiores democracias e economias ocidentais e que os dois países partilham de valores comuns como a "defesa pela liberdade, democracia e direitos humanos". "As nossas relações (com EUA) são densas, são complexas, e os interesses tanto de Brasil como Estados Unidos transcendem mero processo eleitoral", observou.

Em relação à questão do meio ambiente, Mourão comentou a ideia de Joe Biden de reunir países para a apoiar a preservação da região amazônica. "Se pagarem os serviços ambientais já ficamos satisfeitos com isso. Já teremos recursos suficientes para avançar em todos as nossas agendas na Amazônia", disse. 

"País nunca saiu da primeira onda da Covid-19"

Mourão afirmou que o País "nunca saiu da primeira onda" da Covid-19 e ressaltou que é preciso cautela com uma vacina contra a doença. Mourão disse ainda que é difícil um prognóstico de quando o imunizante estará disponível. "O planejamento tem que em primeiro lugar definir quem será vacinado com prioridade porque poderá haver uma corrida. Vamos estabelecer a prioridade e divulgar, difundir, isso para a população de modo que ela entenda", comentou o vice-presidente.

Mourão defendeu que é preciso uma "análise clara" de quem será vacinado em um primeiro momento.

O vice-presidente destacou ainda que o Brasil superou as previsões "catastróficas" do efeito da pandemia da covid-19, que em grande parte, na sua visão, não se confirmaram. Ele afirmou que a existência do Sistema Único de Saúde (SUS) e atuação de governos em todos os níveis possibilitaram as ações de contenção da pandemia.

Mourão também ressaltou que o setor produtivo privado "está voltando à vida" e que isso se deve em especial às medidas adotadas pelo Poder Executivo.

Nadando em recursos 

Mourão ainda disse na conversa ao vivo que o País superou as "previsões catastróficas" decorrentes da pandemia da Covid-19 e estimou que estimativas de perdas no crescimento devem ficar abaixo do previsto.

"O Brasil conseguiu nessa situação difícil da pandemia superar com louvor os problemas apresentados. Estamos vendo a economia, o setor privado da economia, voltando à vida. Os índices melhorando. E isso é fruto de quê? De medidas que foram tomadas pelo governo, que não hesitou não só em abrir crédito, como em postergar o pagamento de impostos", disse.

"Os nossos Estados e municípios estão nadando em recursos porque eles tiveram contas adiadas a serem pagas, receberam recursos extras vindos do governo federal e a arrecadação não caiu ao ponto como se julgava que ia cair", completou. 


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