Bolsonaro apresenta queixa por injúria e calúnia contra Jean Wyllys no STF
Pedido é baseado em uma entrevista em que deputado do PSol o teria chamado de "burro" e "racista"
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A queixa destaca que, embora Jean Wyllys não tenha citado o deputado nominalmente, não "restaria dúvida" que o parlamentar se referia a Bolsonaro quando mencionou seu antigo partido, Partido Progressista (PP), destacando que "milhares de usuários de redes sociais" o chamam de "mito". Bolsonaro ainda acusa Jean Wyllys por calúnia quando, durante a entrevista, o parlamentar teria afirmando que Bolsonaro recebeu uma quantia ilegal da JBS.
A defesa do parlamentar afirma que Bolsonaro foi referido de modo "profundamente ofensivo, atingindo-lhe a honra". O relator do caso no Supremo é o ministro Celso de Mello.
Imunidade parlamentar
A defesa de Bolsonaro ainda afirma durante o pedido que deve ser afastada a imunidade parlamentar de Jean Wyllys no caso, porque os comentários teriam sido proferidos fora do Congresso, e não dizem respeito ao exercício do cargo. "Não há, portanto, como se invoca, a imunidade parlamentar. A propósito, o próprio Querelante responde a uma ação, movida pela deputada federal Maria do Rosário, por declarações que tinham conexão direta com o desempenho do mandato parlamentar".
Segundo os advogados do parlamentar, se no caso de Bolsonaro ele não estaria protegido pela imunidade parlamentar, como entendeu o Superior Tribunal de Justiça (STJ), "com muito mais razão deve ser afastado o instituto no presente caso", um vez que a entrevista de Wyllys foi feita no estado do Ceará.
De acordo com a assessoria de Jean Wyllys, o deputado ainda não notificado oficialmente da queixa. Até o momento, não teve acesso a peça do processo, e afirma, "categoricamente", que Jean Wyllys não cometeu nenhum ato ilícito.
Réu
Bolsonaro é réu em duas ações penais no Supremo. Numa delas, o pré-candidato à Presidência da República é réu por injúria e apologia ao crime.
A autora é a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), sobre quem Bolsonaro declarou, em 2014, que "não estupraria a deputada porque ela não mereceria". A outra denúncia é do Ministério Público Federal (MPF), que enxerga, na conduta do deputado, incitação ao crime de estupro.