Bolsonaro confirma reunião para tratar de contestação do resultado eleitoral, mas nega golpe

Bolsonaro confirma reunião para tratar de contestação do resultado eleitoral, mas nega golpe

Ex-presidente ainda acusou a PF de ser movida pelo “Alexandre de Moraes”

Correio do Povo

Ex-presidente concedeu entrevista a uma rádio local em sua visita à Fenasoja, em Santa Rosa

publicidade

No dia em que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levou um novo revés do Superior Tribunal Eleitoral (STF), que formou maioria e rejeitou o pedido de sua defesa para afastar o ministro Alexandre de Moraes do julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente confirmou que se reuniu com comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, para “discutir medidas dentro das quatro linhas” que contestassem o resultado das urnas.

“Eu conversei com ele sobre hipóteses, sobre GLO (garantia da lei e da ordem), (estado de) defesa, sítio, dispositivos constitucionais. Eram rápidas as conversas. E chegamos a conclusão que não tínhamos nada a fazer, aceitamos o resultado e abrimos nosso governo para transição”, contou o ex-presidente, em entrevista à rádio NTV Noroeste, durante sua passagem pela Fenasoja, em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira.

Segundo o ex-presidente, a conversa surgiu em função de algumas suspeitas em relação ao processo eleitoral – as mesmas que resultaram na contestação do PL ao resultado da eleição à presidência. Com a rejeição da ação pelo TSE e a multa imposta ao partido, Bolsonaro afirma ter “buscado autoridades para discutir medidas dentro das quatro linhas”.

O caso resultou em um inquérito de 800 páginas e no indiciamento, pela Polícia Federal (PF), do ex-presidente e outras 36 pessoas, por tentativa de golpe. Bolsonaro diz que não teme ser preso. Ao falar sobre a investigação, acusou a PF de "esquerda e vermelha" e "do Alexandre de Moraes".

“Único possível”, declara Bolsonaro para 2026

Mirando o pleito daqui a dois anos, o ex-presidente voltou a afirmar que estará nas urnas. "É impossível eu perder os meus direitos políticos por me reunir com embaixadores ou subir em um carro de som com o Silas Malafaia", afirmou em referência ao julgamento que o deixou inelegível. A decisão da Corte do TSE, em 2023, retirou o direito de se candidatar a cargos políticos do ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

A aposta do ex-presidente para contornar essa decisão, que já está sendo contestada pela defesa do ex-presidente, entretanto, não partem da Justiça. E, sim, dos Estados Unidos, com a eleição de Donald Trump.

Segundo Bolsonaro, ele conversou com a assessoria do republicano que garantiu que não irá intervir na política brasileira, a não ser em casos específicos, entre eles em um pleito onde a "a oposição fique inelegível por julgamentos políticos", o que, na visão dele, seria o seu caso. "Não existe outro nome a não ser na minha consciência", finalizou.

Veja Também


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895