Bolsonaro diz que "só prestigia manifestações" e alfineta Moro

Bolsonaro diz que "só prestigia manifestações" e alfineta Moro

Presidente afirmou que ex-ministro da Justiça estava "perfeitamente alinhado com outra ideologia que não era a nossa"

R7

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O presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta segunda-feira (1º), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro e afirmou a apoiadores que não coordena e "só prestigia" as manifestações favoráveis ao governo, como a do último domingo

"Eu não coordeno nada, não sou dono de grupo, não participo de nada. Só vou prestigiar vocês que estão me apoiando. Pessoal do movimento limpo, decente, pela democracia, pela lei e pela ordem. Eu apenas compareço. Não conheço praticamente ninguém desses grupos", afirmou em conversa com apoiadores. "Acho que já que marcaram para domingo, deixem eles no domingo lá (em referência a outro ato)", completou.

Agora desafeto, Moro também foi alvo de Bolsonaro, que disse que o ex-ministro estava "perfeitamente alinhado com outra ideologia que não era a nossa". O presidente afirmou que o novo ministro da Justiça, André Mendonça, revogou uma portaria assinada por Moro e pelo então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que permitia a prisão de civis que desrespeitassem as normas de isolamento social. Segundo o presidente, Moro teria dificultado a posse e o porte de armas aos cidadãos comuns, tema defendido pelo presidente. 

“Essa IN é da Polícia Federal, mas é por determinação do Moro. É uma instrução normativa que ignorou decretos meus, ignorou lei, para dificultar a posse e porte de arma de fogo para as pessoas de bem. Assim como essa IN, tem uma portaria também que o ministro novo revogou, que, apesar de não ter força de lei, ela orientava a prisão de civis. Por isso que naquela reunião secreta, de forma covarde, ele (Moro) ficou calado. E ele queria uma portaria ainda depois que multasse quem estivesse na rua. Perfeitamente alinhado com outra ideologia que não era a nossa. Graças a Deus, ficamos livres disso", disse o presidente.

O assunto armas veio à tona da conversa com os apoiadores depois que um deles, que é cadeirante, agradeceu pela derrubada da instrução normativa. "Uma arma legal não é para cometer crime, é para evitar crime", afirmou Bolsonaro ao lado do cadeirante, que disse que era comerciante e afirmou ter sido impossibilitado de se defender ao ser alvejado por um disparo. 


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