Bolsonaro passou dois dias escondido em embaixada da Hungria, diz NYT

Bolsonaro passou dois dias escondido em embaixada da Hungria, diz NYT

Segundo reportagem do New York Times, ex-presidente se refugiou no local após operação que confiscou seu passaporte e prendeu dois de seus assessores

Correio do Povo

Reportagem traz imagens de Bolsonaro na Embaixada entre 12 e 14 de fevereiro

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O ex-presidente Jair Bolsonaro passou duas noites escondido na embaixada da Hungria no Brasil, em Brasília, após ter o passaporte apreendido, segundo o jornal norte-americano The New York Times. A reportagem, publicada nesta segunda-feira, 25, traz vídeos do circuito interno da embaixada em que Bolsonaro aparece chegando ao local, no dia 12 de fevereiro, e sendo recebido pelo embaixador. Ele teria permanecido na embaixada até o dia 14 daquele mês. A matéria é assinada por Jack Nicas, Christoph Koettl, Leonardo Coelho e Paulo Motoryn.

O episódio ocorreu quatro dias após uma operação da Polícia Federal, que confiscou o passaporte do ex-presidente e prendeu ex-assessores de Bolsonaro, em 8 de fevereiro, sob acusações de que teriam planejado um golpe de Estado para mantê-lo no poder após a derrota para Lula nas eleições presidenciais de 2022.

De acordo com as imagens, Bolsonaro teria ficado na embaixada por duas noites, acompanhado por dois homens, que seriam seus seguranças, e servido pelo embaixador húngaro e por membros da equipe.

A reportagem interpreta a permanência de Bolsonaro na embaixada como uma forma de evitar uma eventual prisão. O ex-presidente tem boa relação com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban da Hungria, líder de extrema direita.

O Times analisou imagens de três dias de quatro câmeras na Embaixada da Hungria, comparou com imagens de satélite e ouviu fontes da embaixada sob condição de anonimato.

Procurado pelo New York Times, o advogado de Bolsonaro não quis comentar. Já a Embaixada da Hungria não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Bolsonaro enfrenta o aprofundamento das investigações criminais no Brasil. O jornal norte-americano destaca que 15 meses passados desde que deixou a presidência, ele teve sua casa foi revistada, seu passaporte confiscado e alguns de seus aliados e antigos assessores, presos.

Entre os casos que atingem o político estão acusações de participação na venda de joias recebidas como presentes do Estado, fraude nos seus registros de vacinação contra a Covid-19 e a suposta conspiração para tentar permanecer no poder após a derrota nas eleições.

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