Bolsonaro pede veto de divulgação de trecho de vídeo sobre política internacional

Bolsonaro pede veto de divulgação de trecho de vídeo sobre política internacional

Reunião ministerial do dia 22 de abril discutiu diversos assuntos

AE

Bolsonaro pediu veto a trecho de vídeo sobre política internacional

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou que um trecho da reunião ministerial do dia 22 de abril em que ele e seus ministros discutiram política internacional não deveria ser liberada ao público pelo Supremo Tribunal Federal. O vídeo é parte do inquérito derivado da denúncia do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.

"O STF não deveria liberar o trecho da reunião sobre política internacional", defendeu Bolsonaro em entrevista ao blogueiro Magno Martins, transmitida nas redes sociais e pela Rede Nordeste de Rádio. Ele disse temer uma reação internacional a falas suas e de ministros que possam ter ocorrido durante a reunião.

Na entrevista, o presidente disse lamentar que "o final da carreira de Moro seja desta forma", citando a entrega de mensagens entre o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). Segundo Bolsonaro, Moro saiu da entrevista coletiva na qual anunciou sua saída do governo e logo na sequência passou as mensagens trocadas com a deputada para "o Bonner", referência ao âncora do Jornal Nacional, William Bonner.

Na entrevista, Bolsonaro disse que o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, "tem carta branca para trabalhar" e negou que tenha intenção de interferir a PF, conforme acusou Moro.

Bolsonaro ainda comentou a entrevista dada pelo empresário Paulo Marinho, seu ex-aliado e suplente do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na qual Marinho disse que o filho mais velho do presidente soube de antemão que uma operação da PF implicaria funcionários dele, então deputado estadual no Rio. A informação teria sido passada à família Bolsonaro por um delgado da PF simpatizante do projeto político da família, segundo o empresário. "Vai ter de provar quem foi o delegado que vazou", disse o presidente.

Cloroquina e Ministério da Saúde 

Bolsonaro afirmou que o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, irá assinar nesta quarta, 20, o novo protocolo da pasta a respeito do uso da cloroquina no combate ao coronavírus. Segundo Bolsonaro, o protocolo irá recomendar o uso do medicamento a partir dos primeiros sintomas. Ele afirmou que não estuda nomear um novo ministro da Saúde agora. "Por enquanto, deixa lá o general Pazuello. É um tremendo de um gestor", afirmou Bolsonaro.Bolsonaro afirmou também que mantém laços de amizade com o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich. "Gosto dele (Teich), estou quase apaixonado por ele", afirmou. Segundo o presidente, "ele (Teich) tem ligado para o Pazuello e dado dicas sem aparecer".

Intervenção militar 

Bolsonaro também falou sobre atos promovidos por seus apoiadores. Ele diz ter visto “amadurecimento” entre seus apoiadores ao deixarem de pedir a reedição do AI-5 e disse não concordar com os pedidos de intervenção militar. “Meu sentimento é que o pessoal está amadurecendo cada vez mais, (no último domingo) não teve nenhuma faixa que atentasse contra a democracia”, afirmou o presidente.

O presidente também defendeu o golpe de 1964 e disse nunca ter ouvido falar em “ditadura com rodízio de ditadores”. “Tivemos cinco generais eleitos, até o Paulo Maluf concorreu”, afirmou.

Segundo Bolsonaro, “grande parte do jornalistas são de esquerda e não conseguem entender a história”. “Nunca buscamos o controle social da mídia como houve no passado. Ele (Lula) tentou várias vezes, inclusive agora a gente ouve gente peso pesado do PT falando que erraram em não controlar as mídias lá atrás”, afirmou o presidente.


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