Bolsonaro quer elevar teto do imposto de renda para R$ 3 mil ao mês

Bolsonaro quer elevar teto do imposto de renda para R$ 3 mil ao mês

Com decisão, que segundo o presidente está na reta final, quem ganha até esse valor mensalmente estaria dispensado de declarar ao Fisco

AE

Presidente teve conversa com a imprensa em sua residência oficial

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O presidente Jair Bolsonaro anunciou neste sábado que o limite a partir do qual o contribuinte deve declarar no Imposto de Renda Pessoa Física (IR) será elevado. O teto passaria dos atuais R$ 2.349,98 para R$ 3 mil. Com isso, quem ganha até esse valor por mês, em média, estaria dispensado de declarar ao Fisco. "Está na reta final para ver se a gente passa o limite do Imposto de Renda para R$ 3 mil. O Tostes (José Tostes, secretário Especial da Receita Federal), na Receita, que faz as projeções. Quem paga imposto de renda nessa faixa, quando chega em março e abril do ano que vem, ele tem nota fiscal, ele recupera tudo de volta. Se a gente pode evitar essa mão de obra enorme para a Receita, para o cara que às vezes tem que procurar um vizinho, um filho, tem dor de cabeça para fazer essa declaração do imposto de renda, passa o limite para R$ 3 mil", afirmou.

O chefe do Executo declarou que gostaria de um teto ainda mais alto. "Para mim, o ideal seria R$ 5 mil, mas aí o impacto é muito grande. Mas se tá em R$ 2 mil e passa para R$ 3 mil, já começa a sinalizar, realmente, uma desburocratização", disse o presidente durante uma entrevista no Palácio do Alvorada, residência oficial. A expectativa é que a mudança já esteja valendo para a próxima declaração, em 2020. "Tem que ser agora esse ano, para (valer) o ano que vem", disse. 

Atualmente, estão obrigados a declarar IR todos os contribuintes que tiveram rendimento anual superior ao teto estabelecido pela Receita Federal, que corresponde a uma remuneração anual de R$ 28.559,70, o que dá uma média de R$ 2.379,98 por mês. Outro caso de obrigatoriedade prevista na legislação inclui aqueles que receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados na fonte, em valor superior a R$ 40 mil.

Balanço

A entrevista com o presidente da República durou pouco mais de duas horas. O convite aos repórteres que cobrem a Presidência foi feito ontem, para que ele fizesse um balanço do primeiro ano de governo. Bolsonaro elogiou o trabalho de alguns dos seus principais ministros, como Paulo Guedes, da Economia; Tarcísio Freitas, da Infraestrutura; Teresa Cristina, da Agricultura; Marcelo Álvaro Antonio, do Turismo; Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional.

Perguntado sobre a maior felicidade do seu governo até aqui, citou o não aparecimento de casos de corrupção na gestão federal. "A felicidade é não ter aparecido nada sobre corrupção. Pode acontecer, a gente não sabe, mas não apareceu nada. Tem uma certa vigilância nossa, quase que uma obsessão".
O presidente reconheceu que há pressão de aliados por cargos, e que alguns são atendidos. "Não é porque o político indicou que é mau caráter, tem cara bom indicado por ministro". Mesmo assim, avaliou que teve liberdade na composição da equipe. "Muito bom foi eu ter a liberdade e segurar as pressões para indicar quem está do meu lado".

obre as perspectivas para o próximo ano, Bolsonaro disse que o foco são avanços na economia e o estímulo ao empreendedorismo. "O carro chefe é a economia. O que mais queremos é facilitar a vida de quem quer empreender. Tem que lançar o plano Minha Primeira Empresa para tirar isso do discurso da oposição. Você quer criar uma empresa, vai criar. O salário está baixo, você paga R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 30 mil para quem for trabalhar na tua empresa, esta que é a ideia".

 

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