Boulos afirma que primeira medida se eleito seria plebiscito sobre reformas de Temer
Pré-candidato do PSol relatou que Brasil andou 50 anos para trás em entrevista ao Roda Viva
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"A nossa primeira medida seria criar um plebiscito, no dia primeiro de janeiro, para saber se a população quer manter as mudanças feitas por Michel Temer", disse Boulos. De acordo com a pesquisa Datafolha de abril, Boulos tem entre 0% e 1% das intenções de voto, dependendo do cenário.
O pré-candidato do PSOL criticou a proposta de reforma da Previdência, tal como definida pela gestão Temer. "A reforma da Previdência é muito ruim, pois não tira privilégios", apontou. Ele criticou, sobretudo, o estabelecimento de uma idade mínima, que seria uma forma de fazer com que as pessoas "se aposentem no caixão", segundo ele.
Apesar de se posicionar de forma contrária à reforma de Temer, Boulos disse que o debate sobre a Previdência é importante. "Vamos mexer nos privilégios, no Exército, na cúpula do poder Judiciário, vamos cobrar as dívidas das grandes empresas, quase R$ 450 bilhões. A Previdência não pode ser um espaço para injustiça. Vamos mexer, mas nos privilégios, não nos direitos dos trabalhadores que querem se aposentar."
Ao fazer uma avaliação sobre o governo Dilma Rousseff, Boulos afirmou que é preciso separar a gestão da petista em dois períodos: antes de 2015 e depois de 2015. Segundo ele, o primeiro mandato teve o mérito de enfrentar os juros elevados e o spreed bancário - "um dos maiores do mundo e que impedem o crescimento" do pois. "Mas essa política teve um problema gravíssimo, que agravou a crise fiscal: as desonerações, o chamado Bolsa Empresário. Não houve contrapartida. Foi uma política equivocada", opinou o pré-candidato.
Boulos também fez duras críticas ao que ele chamou de "interesses de membros do mercado dentro do governo", ao citar os ex-ministros da Fazenda Joaquim Levy (ex-Bradesco), no governo Dilma, e Henrique Meirelles (ex-J&F, dona do Banco Original), no governo Temer.