Brasil estuda “troca de dívidas” com Venezuela caso Maduro caia

Brasil estuda “troca de dívidas” com Venezuela caso Maduro caia

Em sua primeira coletiva, Ernesto Araújo criticou Nicolás Maduro

AE

Araújo concedeu sua primeira entrevista coletiva como chanceler

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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que uma das possibilidades nas negociações com a Venezuela seria um encontro de contas entre o que o país deve ao Brasil e o que o Brasil deve aos venezuelanos pela compra de energia. No passado, com a dívida Venezuela em alta, o Brasil tentou negociar com o presidente Nicolás Maduro que o valor devido pelo fornecimento de energia para Roraima fosse abatido desse valor, mas Maduro foi contra e exigia o pagamento em dólares.

Araújo disse que a questão da dívida é uma das formas estudadas pelo governo para ajudar a Venezuela. E completou que isso ainda será discutido no governo, em um grupo interministerial.

Na próxima semana, o ministro tem encontro do grupo de Lima no Canadá, mas disse que não existe uma proposta específica para a reunião. Segundo o ministro, com a democracia restabelecida na Venezuela, os integrantes do Mercosul poderão começar a pensar em reintegrar o país ao bloco.

"Porta da rua"

Depois de o vice-presidente Hamilton Mourão defender uma solução para que Maduro saia da Venezuela, Araújo disse que isso é uma função para os venezuelanos e que o Brasil não está envolvido em negociar uma saída para ele. "Todos esperamos que a saída para Maduro seja a porta da rua", afirmou.

Em sua primeira entrevista coletiva, o ministro fez questão de ressaltar o papel do governo Bolsonaro na ascensão de Juan Guaidó, que se declarou presidente interino da Venezuela. Ele afirmou que o Brasil levou ao grupo de Lima proposta de exigir que Maduro não assumisse o mandato e deu pela primeira vez espaço para lideranças políticas da oposição venezuelana.

"Há um mês, não imaginaríamos ter perspectiva concreta de redemocratização da Venezuela. O que mudou nesse cenário de um mês foi o Brasil, tem tudo a ver com determinação de Bolsonaro de promover democracia na região", afirmou. "Estamos conseguindo mudar a realidade em país vizinho por meio da ação diplomática".

Ele voltou a criticar Maduro e disse que seu novo mandato foi obtido em eleições "fraudulentas e espúrias" e disse que ele tinha uma política de "genocídio silencioso" para manter a população submissa. "Havia política de fazer o povo passar fome e negar tratamento médico para garantir o domínio sobre população submissa", afirmou.

“Dominação continental do Foro de São Paulo

Ele citou ainda "planos de dominação continental do Foro de São Paulo" e disse que o regime de Maduro era parte de um esquema internacional que queria ganhar poder sobre toda a América Latina e "coincide com o narcotráfico e terrorismo". "O regime na Venezuela é parte de esquema nocivo que ameaça não só venezuelanos como a todos. Maduro já é reconhecido como ilegítimo, e há um presidente interino de acordo com a Constituição", completou.

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