Brazão vai poder ir se defender na Câmara? Saiba como Moraes decidiu em caso semelhante

Brazão vai poder ir se defender na Câmara? Saiba como Moraes decidiu em caso semelhante

Rito específico para apreciar o caso será deflagrado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira

Estadão Conteúdo

União Brasil já aprovou a expulsão sumária com cancelamento da filiação de Brazão

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A decisão de manter ou não o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) preso por suspeitas de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco caberá ao plenário da Câmara dos Deputados, como prevê a Constituição Federal. Um rito específico para apreciar o caso será deflagrado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).

A tendência é a de sejam repetidos os procedimentos adotados em casos semelhantes, como por exemplo quando os deputados mantiveram a prisão do deputado Daniel Silveira, em março de 2021. No caso do ex-deputado Silveira, ele pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) para ir presencialmente ao plenário apresentar a sua defesa aos pares.

O magistrado negou o pedido, mas determinou que fossem criadas as condições para que ele falasse por videoconferência. Daniel Silveira foi preso depois de publicar um vídeo defendendo a ditadura militar e com ameaças e xingamentos contra ministros do STF. Ainda não há uma definição sobre como será a apresentação da defesa de Chiquinho Brazão.

No mesmo dia em que foi confirmado como o mandante do crime de Marielle, ao lado do irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão, começou a ser abandonado pelos deputados.

O partido dele, União Brasil, já aprovou a expulsão sumária com cancelamento da filiação. O PSOL emitiu comunicado no qual afirma que pedirá a cassação do parlamentar. A bancada mais bolsonarista, da qual Brazão fazia parte, também não demonstrou empenho em salvar a pele do deputado.

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Notificação

Os próximos passos para a decisão da Câmara deverão começar pela notificação do STF à Câmara, nas próximas 24 horas. Em seguida, Chiquinho Brazão será comunicado pelo parlamento de que prisão dele será analisada na próxima sessão do plenário. O passo seguinte é a elaboração de um parecer sobre a prisão pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O texto é apresentado diretamente ao plenário. A defesa do deputado pode, conforme os últimos precedentes que deverão ser replicados, falar por três vezes durante a análise do caso pelos deputados. Antes da leitura do parecer da CCJ, após a leitura e depois da discussão. Cada oportunidade de fala deve ter duração de 15 minutos. Para que a prisão seja confirmada e mantida pela Câmara será preciso o apoio da maioria absoluta dos parlamentares, o correspondente a 257 votos. A votação é aberta.


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