Cármen Lúcia recebe documento com 2,2 milhões de assinaturas por fim de foro

Cármen Lúcia recebe documento com 2,2 milhões de assinaturas por fim de foro

Campanha digital coincidiu com dia de decisão do STF sobre tema

AE

Campanha digital coincidiu com dia de decisão do STF sobre tema

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No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir a votação sobre a extensão do foro privilegiado para deputados federais e senadores, representantes da comunidade digital Avaaz entregaram nesta quinta-feira à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, um abaixo-assinado com 2,2 milhões de assinaturas em apoio ao fim do foro para parlamentares.

A campanha digital superou as 2,1 milhões de assinaturas de internautas que apoiaram a aprovação da Lei da Ficha-Limpa, sancionada em 2010. Acompanhados do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), os representantes da comunidade digital que reúne 12 milhões de pessoas no Brasil contaram que a campanha começou há um ano, mas quando a ministra pautou o tema para votação no plenário, no mesmo dia 1 milhão de novas assinaturas se somaram ao abaixo-assinado.

"A restrição do foro é um ponto de virada na política brasileira", disse Diego Casaes, coordenador da Avaaz. Pesquisa Ibope encomendada pela comunidade de ativismo digital apontou que 78% dos brasileiros são favoráveis ao fim do foro privilegiado. A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 25 de abril, por telefone, com 1 mil pessoas. Na Câmara dos Deputados, há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a extinção do foro aguardando indicações de titulares pelos partidos na comissão especial para que se comece a discussão de mérito.

Devido à intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, mudanças constitucionais não podem ser votadas nos plenários da Câmara e do Senado. Assim, as PECs só poderão tramitar normalmente na próxima legislatura. Molon disse esperar que o próximo Parlamento priorize a mudança constitucional. Para ele, a proposta desestimula criminosos a entrar na política para escapar de punição e, se houver significativa renovação das cadeiras no Congresso, a tendência é de que o tema seja votado rapidamente. "Trata-se de uma medida para fazer o Brasil se tornar uma república. O correto é que o foro acabe", pregou.

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