Candidatos à Assembleia menos votados são mulheres
Maioria ingressa na campanha apenas para cumprir cotas de partidos
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"Estive conversando com colegas sobre isso e o que eu posso dizer é que ruim com as cotas, pior sem elas. Muitos partidos até não conseguem preencher o índice necessário, mas isto parece ser um caminho sem volta. A política ainda não é convidativa para as mulheres, apesar de termos a Dilma como presidente e outras parlamentares com representatividade. É uma maneira de minimizar o desequilíbrio na distribuição de cargos", disse em entrevista ao site do Correio do Povo nesta terça-feira.
Rocha destacou que o Brasil vive uma situação interessante porque conta com uma mulher como presidente e tem um pensamento conservador. "Existem pessoas que fogem à regra, mas o número de mulheres na política não se compara com o índice de mulheres formadas ou presentes no mercado de trabalho. No Jornalismo, por exemplo, elas são maioria", relatou. "Para crescer na política, as mulheres até precisam ser agressivas, como Dilma e Luciana Genro, por exemplo. E isto é um elogio", acrescentou.
Na Assembleia Legislativa, dos 55 deputados eleitos, apenas sete são mulheres. Já o número de eleitas pelos gaúchos para representá-los na Câmara de Deputados, em Brasília, vem caindo nas últimas três eleições. Em 2002, foram quatro mulheres eleitas, número que foi diminuindo até as eleições realizadas no último domingo, quando somente Maria do Rosário (PT) conseguiu vaga entre as postulantes.
Desde 1995, há lei de cotas para candidatas nas eleições proporcionais (vereadores e deputados estadual e federal), prevendo 20% das candidaturas para as mulheres. Em 1997, a reserva subiu de 20% para 30%, mas os partidos não cumpriam a lei, avaliando que o verbo “reservar”, na legislação, não obrigava o lançamento de candidaturas. Somente em 2009, com a nova lei que utilizou o termo “preencher”, a legislação passou a ser cumprida.