Centrais sindicais veem proposta de mínimo regional "insuficiente" no RS

Centrais sindicais veem proposta de mínimo regional "insuficiente" no RS

CUT-RS e CTB-RS defendem 15,42% de aumento para equiparação histórica com data de criação do piso

Felipe Nabinger*

Entre as reivindicações dos cartazes carregados por manifestantes, estava o aumento do piso regional.

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O anúncio nesta quarta-feira da proposta de aumento em 9% do valor do salário mínimo regional por parte do governador Eduardo Leite (PSDB),  que elevaria o valor dos atuais R$ 1.443,94 para R$ 1.573,89, na primeira faixa, já repercute junto aos representantes sindicais. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS), Amarildo Cenci, ainda há espaço para reivindicar melhorias no índice com, pelo menos, a reposição da inflação.

"A gente continua considerando que deveria se colocar o valor histórico do piso regional, que é de 15,42%. Mas o mínimo aceitável seria 10,5% que seria a reposição da inflação no período devida pelo governo", defende o dirigente da CUT-RS, que faz parte do Fórum das Centrais, que vem conversando com o governo acerca do tema.

Cenci reforça que o aumento defendido pelos representantes dos trabalhadores taz benefícios à economia gaúcha. "Todo esse reajuste que venha a ocorrer no piso regional é um dinheiro que volta ao caixa do governo em impostos e que fica na economia do RS por meio do consumo", analisa.

Para Guiomar Vidor, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil  no Estado (CTB- RS), a proposta é "um avanço, mas insuficiente". Ele lembra que a reivindicação das centrais sindicais é que seja recuperado o valor do salário mínimo regional em relação ao mínimo nacional nos patamares de quando ele fora criado, em 2001, e representava 1,28 salário mínimo do país e que, para se atingir esse valor, o reajuste deveria ser dos 15,42% reivindicados.

 "O salário mínimo do RS beneficia todos os trabalhadores gaúchos, mas principalmente aqueles mais frágeis em termos de representação sindical, como as empregadas domésticas, trabalhadores terceirizados, motoboys e muitas outras profissões", enfatiza.

Leite reforça índice

Eduardo Leite, no entanto, deixa claro que a alíquota não deverá sofrer mudanças, reforçando que o piso local retorna para um patamar anterior à pandemia, quando não houve reajuste, quase 20% acima do mínimo nacional.

"Agora, com a reação da economia e nível de empregabilidade que temos, observamos a oportunidade da dar esse reajuste. Com esses 9% a gente reestabelece aquela diferença do piso regional em relação ao salário mínimo nacional, que era de 19%", disse o governador, após participar de evento da Granpal, no Instituto Caldeira.

Leite acredita que o projeto do novo mínimo regional deva ser encaminhado à Assembleia Legislativa na próxima semana e ressalta que a proposta prevê a fixação da data-base para novos aumentos em maio, mês do trabalhador.

As centrais sindicais devem intensificar as mobilizações nos próximos dias, ijunto aos deputados estaduais, além de buscar agenda com a Casa Civil e com o secretário estadual de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella.

*colaborou Kyane Sutelo


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