Chegaram no finalzinho da festa, diz Maia sobre pedido dos militares

Chegaram no finalzinho da festa, diz Maia sobre pedido dos militares

Presidente da Câmara afirmou que há pouco espaço para concessões à categoria como condição para a inclusão deles na reforma da Previdência

AE

Presidente da Câmara afirmou que há pouco espaço para concessões à categoria como condição para a inclusão deles na reforma da Previdência

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que, apesar da "defasagem grande" nas remunerações dos militares ao longo das últimas décadas, a situação fiscal do País deixa pouco espaço para concessões à categoria como condição para a inclusão deles na reforma da Previdência: "O problema é que estamos no fim da festa. O Brasil quebrou e eles (os militares) estão querendo entrar nesta festa no finalzinho, quando já está amanhecendo, a música está acabando e não tem mais ninguém para dançar", afirmou.

Maia disse que vai criar uma comissão especial para analisar a proposta assim que o projeto chegar no Legislativo. O governo deve entregar o texto amanhã. Para o presidente da Câmara, não há espaço para a discussão da chamada paridade (dar os mesmos reajustes da ativa aos aposentados) e é "difícil" garantir a integralidade (se aposentar com o último salário da ativa). "Paridade não há mais quem defenda. Integralidade há ainda quem defenda. Temos que discutir todos os pontos para ver o que gera impacto fiscal positivo para os brasileiros."

A participação dos militares é um ponto sensível no envio dessa nova reforma, já que o presidente é capitão reformado do Exército. A equipe econômica vai encaminhar ao presidente alguns modelos da proposta que está prevista para ser apresentada na Câmara na quarta-feira, 20. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou nesta terça-feira que a divulgação da proposta em estudo pelo governo de reestruturação da carreira militar gerou inquietação na tropa e obrigou o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas a agir para acalmar os ânimos dos militares de patentes inferiores, que se sentiram prejudicados. O texto deve ser apresentado ao Congresso até a quarta-feira no mesmo pacote da reforma da Previdência da categoria.

O Ministério da Defesa precisou se mobilizar na segunda-feira para negar que apenas a alta cúpula será atendida. O próprio presidente utilizou seu Twitter no domingo para tentar acalmar a tropa. "Possíveis benefícios, ou sacrifícios, serão divididos entre todos, sem distinção de postos ou graduações", escreveu.

A reestruturação da carreira - com reajustes, aumento no bônus para ir para reserva e incremento das gratificações por qualificações - é uma exigência dos militares para serem incluídos na reforma da Previdência. Com esses ganhos, eles aceitam o endurecimento nas regras previdenciária, como o aumento do tempo mínimo de contribuição de 30 anos para 35 anos e a elevação das alíquotas dos atuais 7,5% para 10,5%. O custo da reestruturação da carreira, mesmo com as mudanças na Previdência em torno de R$ 10 bilhões nos primeiros dez anos. Depois, o sistema passaria a ser superavitário. 

 


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