Começa propaganda eleitoral no rádio e na TV

Começa propaganda eleitoral no rádio e na TV

Candidatos têm 45 dias para conquistar eleitorado

Correio do Povo

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A propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão começou nesta terça-feira. Os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) terão 45 dias para confirmar ou quebrar uma tradição. Desde 1998, a propaganda no rádio e na TV não provoca viradas em disputas presidenciais. Apesar disso, teve o poder de levar disputas ao segundo turno.

Pouco antes do início do horário eleitoral da campanha de 2002, Anthony Garotinho, então no PSB, tinha 26% das intenções de voto, nove pontos percentuais a menos que o primeiro colocado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). José Serra (PSDB), candidato do governo na época, estava embolado com Ciro Gomes (PPS), na faixa dos 10%.

A campanha televisiva do PT, que lançou o “Lulinha paz e amor”, fez o candidato subir de 35% para 45% em um mês e meio. Ciro, que chamou um ouvinte de “burro” em um programa de rádio, teve suas gafes exploradas na propaganda dos adversários e perdeu dois terços dos eleitores no mesmo período. Serra se firmou como a antítese do PT e garantiu a vaga no segundo turno, enquanto Garotinho não conseguiu decolar.

Em 2006, outro tucano tirou melhor proveito do horário eleitoral: Geraldo Alckmin subiu 13 pontos no período e forçou a realização do segundo turno. Antes da propaganda na TV, Lula tinha mais eleitores que a soma dos adversários, e o PT apostava em vitória no primeiro turno.

Serra e Alckmin sacudiram a eleição em 2002 e 2006 com uma vantagem que o PSDB nunca mais teve: o maior tempo de propaganda. Ambos contavam com mais de 10 minutos de exposição em cada bloco de 25 minutos, enquanto Lula teve 5min19s na primeira campanha e 7min18s na segunda. De 2006 para 2010, o PSDB perdeu 30% de seu tempo de TV. Serra, novamente candidato, saiu do horário eleitoral como entrou, na faixa dos 30%. Quem cresceu foi Marina Silva, então no PV: que dobrou a taxa de intenção de votos durante o período, mas não chegou ao segundo turno.

Horário gratuito tem perdido força

O cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getulio Vargas, diz que o horário eleitoral fixo vem perdendo importância, com a fuga dos espectadores para os canais de TV paga. “O que tem sido mais efetivo são as inserções rápidas, na TV e no rádio”, afirmou. Ele e a cientista política Alessandra Aldé, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, consideram que o horário eleitoral tende a influenciar mais o eleitorado indeciso. Entre o início e o final do período de propaganda, o número de indecisos ou dispostos a votar em branco ou nulo caiu de 53 a 63 pontos nas eleições de 1998, 2002 e 2006. Em 2010, a queda foi de 32%. Segundo Pereira, mesmo os indecisos não fazem a escolha apenas com base na propaganda.



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