Comunidades yanomami de Roraima comemoram queda de Jucá com pajelança
Ex-ministro de Temer é considerado "inimigo número 1 dos povos indígenas"
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"Ele é o inimigo número um dos povos indígenas do Brasil", disse ao Estado o yanomami Dário Kopenawa, na terça-feira, na sede da Associação Hutukara, em Boa Vista. "Ontem teve pajelança para comemorar a queda", completou.
A aversão dos yanomami ao ministro licenciado do Planejamento remonta ao primeiro escândalo envolvendo o senador. Presidente da Funai entre 1986 e 1988, no governo José Sarney, ele foi acusado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de autorizar indígenas a vender madeira em troca de propina. O processo foi extinto no início da década de 1990.
Garimpo Já como governador biônico de Roraima, entre 1988 e 1990, Jucá autorizou o garimpo em território yanomami. Kapenawa estima que 40 mil garimpeiros invadiram a área levando à morte de 2,5 mil indígenas. O caso foi registrado pela Comissão Nacional da Verdade.
Hoje a Boa Vista Mineração, pertencente a Marina Jucá, filha do senador, tem oito pedidos de licença de exploração que atingem território indígena. Segundo a Funai, o objetivo é "reservar" os direitos. Kopenawa calcula que pelo menos 3 mil garimpeiros estão hoje ilegalmente em território yanomami. Em 2015, a PF deflagrou a operação Warari Koxi que estimou em R$ 1 bilhão o valor movimentado pelo garimpo criminoso em Roraima.
Por meio de sua assessoria, Jucá considerou as indagações do Estado sobre o caso "descabidas" e disse que todas ações foram arquivadas pela Justiça.