Constituinte é "desnescessária", afirma Alexandre de Moraes

Constituinte é "desnescessária", afirma Alexandre de Moraes

Ministro do STF avalia que texto garantiu estabilidade nos últimos 30 anos

Agência Brasil

Ministro do STF avalia que texto garantiu estabilidade nos últimos 30 anos

publicidade

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou-se nesta sexta-feira contra a proposta de convocação de uma assembleia constituinte, feita pelos dois candidatos à Presidência da República mais bem colocados nas pesquisas eleitorais: Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT.

Ao participar de seminário sobre os 30 anos da Constituição Federal de 1988 na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o ministro disse que acha "totalmente desnecessário" convocar a constituinte. "A Constituição permite alterações justamente para se adaptar. A Constituição de 1988 conseguiu manter a estabilidade democrática, institucional e consagrar a efetividade dos direitos fundamentais. Não há por que ela ser trocada”, afirmou.

Ao comentar declarações do candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Hamilton Mourão, que defendeu a constituinte sem participação dos eleitos pela população, Alexandre de Moraes respondeu: “Não se pode ampliar declarações dadas na fervura do debate eleitoral”. “Obviamente, qualquer alteração só pode ser feita pelo povo. O poder constituinte é democrático, exercido por deputados eleitos diretamente pelo povo”, completou.

O ministro disse não acreditar na efetivação da proposta de Haddad, que falou sobre a criação de condições para uma assembleia constituinte. “Ninguém consegue governar se tiver uma assembleia nacional constituinte. São falácias eleitorais, porque a Constituição de 88 é boa, ela permitiu, e vem permitindo, o maior período de estabilidade democrática e respeito ao Estado de Direito desde o início da República.”

Alexandre de Moraes elogiou a atual Constituição afirmando que a Carta atual completou 30 anos, sobrevivendo bem a dois processos de impeachment. "Nesses dois (processos), somados os mandados de segurança, no primeiro do ex-presidente Fernando Collor e, no segundo, da ex-presidente Dilma Rousseff, foram mais de 90 mandados. Isso significa que todos os partidos políticos respeitaram a Constituição”, ressaltou.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895