CPI do Cachoeira aprova quebra de sigilos de governadores

CPI do Cachoeira aprova quebra de sigilos de governadores

Marconi Perillo, de Goiás, e Agnelo Queiroz, do Distrito Federal são investigados por ligação com contraventor

Agência Câmara

Quebra de sigilos foi aprovada na sessão de hoje

publicidade

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). A medida abrange o período de dez anos, como as demais aprovadas na comissão.

Os dois governadores já depuseram na comissão e negaram qualquer vínculo com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Ambos haviam concordado em abrir seus sigilos à comissão. Queiroz autorizou a quebra dos seus sigilos durante seu depoimento nessa quarta-feira.

Na terça-feira, o governador de Goiás havia se recusado a abrir os sigilos, alegando que era testemunha e não acusado. Com a decisão de ontem do governador do Distrito Federal de autorizar a quebra de seus sigilos, Marconi voltou atrás e também autorizou o acesso a seus dados.

Presidente da CPI diz que convocação de Dilma é irregular

O presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que o requerimento apresentado por quatro deputados do PSDB para a convocação da presidente Dilma Rousseff é irregular e não será votado. O senador explicou que a comissão não tem poderes para convocar presidente da República.

O requerimento foi assinado pelos deputados Carlos Sampaio (SP), Fernando Francischini (PR), Domingos Sávio (MG) e Vanderlei Macris (SP). Eles dizem que a empreiteira Delta doou R$ 1 milhão para a campanha eleitoral da presidente e que essa doação “esconde interesses escusos”. Os deputados anunciaram a intenção de transformar o requerimento de convocação em pedido de informações.

Adiada convocação do dono da Delta

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira decidiu por 16 votos a 13 adiar a convocação do dono da empresa Delta Construções, Fernando Cavendish. A proposta de adiamento foi feita pelo relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG). Ele argumentou que os dados da Delta ainda não foram analisados e que ainda não há elementos para a convocação.

A Delta é apontada pela Polícia Federal como um dos principais braços do esquema de corrupção do contraventor Carlinhos Cachoeira. Em crise desde que a Operação Monte Carlo revelou as ligações de executivos da construtora com Cachoeira, a Delta protocolou no início deste mês, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o pedido de recuperação judicial - instrumento jurídico usado por empresas em dificuldades financeiras e anteriormente chamado de concordata.

Licenciado da presidência do Conselho de Administração da Delta desde o dia 25 de abril, Cavendish vai permanecer afastado do comando da empresa enquanto durar seu processo de reestruturação. A Delta é uma das principais empreiteiras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e se diz vítima de "bullying empresarial".

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), um dos autores do pedido de convocação, ressaltou que há indícios de que a Delta pagava suborno. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que também propôs a convocação, disse que Cavendish é "uma das estrelas do esquema de corrupção" montado por Cachoeira. Dias afirmou também que a quebra dos sigilos de Cavendish é imprescindível e inadiável.

Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895