CPI do HSBC aprova convite para presidente do banco no Brasil depor

CPI do HSBC aprova convite para presidente do banco no Brasil depor

Guilherme Brandão era alvo de convocação, mas requerimento foi alterado por pressão da oposição

AE

CPI do HSBC aprova convite para presidente do banco no Brasil depor

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A CPI do HSBC, que investiga irregularidades em contas de brasileiros na sede do banco na Suíça, aprovou nesta quinta-feira. um convite para o presidente da instituição no Brasil, Guilherme Brandão, prestar esclarecimentos sobre o escândalo chamado de Swissleaks.

Brandão era alvo de uma convocação, o que tornaria o depoimento dele obrigatório, mas a pressão da oposição levou a comissão a transformar o requerimento em convite - o que permite ao executivo indicar um representante para depor no seu lugar.

Antes de ser voto vencido, o relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), defendeu a convocação de Brandão ou a vinda de um diretor ou outro presidente do HSBC fora do país. "Ele pode possibilitar a vinda de um representante do HSBC em nível internacional de diretoria ou presidência", disse o relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES). "Se ele (Brandão) não trouxer (representante de peso), nós vamos convocá-lo", defendeu.

Mas o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, disse que a participação do presidente do HSBC Brasil não era preciso e a CPI deveria "evitar a exposição desnecessária para alguém que não deve ter sequer conhecimento do que aconteceu lá fora".

O senador tucano argumentou que o banco não é o alvo da investigação. "Tenho preocupação com o nível de exposição que pode trazer para uma instituição de nível global e para algo muito sensível que é o mercado financeiro", disse. "Acredito que o objeto não é investigar o banco, aqui se buscar encontrar evasão fiscal, sonegação fisal, dinheiro de corrupção, do narcotráfico", acrescentou.

Prospecção de clientes

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AC) rebateu a justificava de Cunha Lima, afirmando que o HSBC prospectou clientes no Brasil. "A informação que chega nesta comissão é de que o banco, para captar cliente no Brasil, utilizou de subterfúgios oferecendo vantagens e nós temos de entender esse sistema", considerou.

O senador Blairo Maggi (PR-MT) também se posicionou contrário à participação de Brandão na CPI, sustentando que o presidente do HSBC Brasil deveria "não ter conhecimento, apenas notícias" sobre o Swissleaks. "O banco não está em questão e senhor Guilherme representa o banco. Acho temerário fazer a convocação do HSBC do Brasil. As questões não são aqui do Brasil, o nome é o mesmo mas é outra administração, outro presidente (o do banco de Genebra)", disse.

O parlamentar do PSOL rejeitou os argumentos, mas sugeriu que a convocação fosse transformada para em convite para Brandão "informar o procedimento do banco" para prospectar clientes no Brasil. "Essa CPI tem um papel importante de entender o sistema financeiro internacional e como esses paraísos iscais funcionam e parasitam de riquezas acumuladas em outros países de forma ilegal", considerou.

A CPI do HSBC também aprovou a convocação dos ex-diretores do Metrô de São Paulo, Paulo Celso Mano Moreira da Silva, e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Ademir Venâncio de Araújo. Eles aparecem como proprietários de contas no banco suíço.

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