CPI que apura supostas irregularidades na prefeitura de Porto Alegre quer ampliar atividades

CPI que apura supostas irregularidades na prefeitura de Porto Alegre quer ampliar atividades

Comissão terminaria hoje, mas, pela pandemia, quer mais prazo

Correio do Povo

Presidente da CPI, Roberto Robaina

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A documentação reunida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as supostas irregularidades cometidas na gestão de Porto Alegre confirma as denúncias de que a viagem do prefeito Nelson Marchezan Júnior e de comitiva para a França, em julho de 2017, tenha sido paga pela empresa responsável pelo aplicativo Capester, que era utilizado pela EPTC para informar infrações de trânsito, caracterizando improbidade administrativa. É o que afirma o presidente da CPI, Roberto Robaina (PSol). A investigação, que ainda envolve falta de transparência no Banco de Talentos do Executivo, terminaria hoje, mas deve ter novo prazo estipulado após a retomada dos trabalhos da Câmara de Vereadores, suspensos por conta da pandemia de coronavírus. 

A viagem a Paris e Nice, na França, à época não teve os custos esclarecidos, mas documentos solicitados pela CPI à prefeitura mostram, segundo Robaina, que eles foram bancados pela empresa por intermédio de Michel Costa, ex-diretor técnico da Procempa e ex-presidente do Conselho de Administração da Carris. O vereador lembra que a denúncia foi base do pedido de impeachment contra Marchezan e que não foi aprovado. “Embora não fosse certo fazer o impeachment, era necessário investigar e a documentação confirmou as denúncias”, afirmou Robaina. 

De acordo com o presidente da CPI, ocorreu violação da lei 8.429 de 1992, que discorre sobre atos de improbidade administrativa, pois o prefeito teria recebido vantagem em função do cargo com o pagamento de passagens da empresa que tinha interesse em parcerias público-privadas. 

À Record TV RS, o empresário Michel Costa se declarou inocente e afirmou que recorre da denúncia. Ele deixou o Paço Municipal em agosto de 2017. Já uma ex-assessora da Capester informou que a empresa não existe mais e que suas operações duraram somente três meses.

A outra principal denúncia apurada pela CPI dá conta da ingerência de empresas privadas na administração pública e falta de transparência no Banco de Talentos, criado para contratações com base em critérios técnicos e que, na prática, conforme o presidente da CPI, serviu para manter o jogo político e a distribuição de cargos para aliados. Ainda segundo Robaina, havia problemas também na parceria feita sem licitação com a ONG Comunitas, responsável pelo Banco de Talentos. A organização receberia dinheiro de empresas privadas e teria participado diretamente do primeiro plano de gestão de Marchezan. 

Sobre as investigações, a prefeitura não enviou posicionamento até o fechamento da reportagem.


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