Críticas ao "distritão" são medo do voto majoritário, diz Eunício

Críticas ao "distritão" são medo do voto majoritário, diz Eunício

Presidente do Senado afirmou que modelo deve ser adotado como transitório, válido apenas para 2018

AE

Presidente do Senado disse que modelo deve ser válido apenas para 2018

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Embora seja defensor do sistema eleitoral distrital misto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou nesta quinta-feira, que, caso passe pela Câmara, o "distritão" deve ser aprovado também pelo Senado. Segundo ele, as críticas ao modelo que elege os candidatos mais votados em cada Estado e no Distrito Federal partem de quem "tem medo do voto majoritário".

"Eu não compreendo essa discussão de que o voto majoritário não expresse a vontade do eleitor. Pelo contrário", afirmou Eunício. "Os que têm medo do voto majoritário é que criam essas informações para a imprensa porque querem pegar carona", completou o senador, citando exemplo de parlamentares que se elegeram via quociente eleitoral em seu Estado.

Segundo o presidente do Senado, no entanto, o "distritão" deve ser aprovado como modelo transitório, válido apenas para 2018. "Se não vier assim da Câmara, nós vamos incluir aqui no Senado a vinculação ao voto distrital para as próximas eleições", disse Eunício. O relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) que trata do sistema eleitoral para deputados e vereadores foi aprovado na noite desta quarta-feira (9) na Câmara. O texto não previa a adoção desse
modelo, mas um acordo foi costurado para que a alteração fosse aprovada via destaque.

O placar, no entanto, foi apertado: foram 17 votos a favor, 15 contra e duas abstenções. Parlamentares da base e da oposição formaram uma frente contra a aprovação do "distritão" na Câmara. O principal argumento do grupo, que soma cerca de 200 deputados, é de que esse modelo dificulta a renovação da Câmara, pois é personalista e enfraquece o papel dos partidos. A comissão especial da reforma política retomou nesta quinta-feira os debates sobre a legislação eleitoral. Depois de aprovar o relatório de Vicente Cândido, os deputados debatem dezoito emendas que podem alterar o texto base.

Fundo

Outra medida que foi aprovada pelos deputados foi a criação de um fundo público para financiar as campanhas. O montante, em 2018, deve chegar a R$ 3,6 bilhões. Para valer para as eleições de 2018, a reforma tem de ser aprovada tanto no plenário da Câmara quanto do Senado até o fim de setembro. Para Eunício, a fonte de recursos para o novo fundo eleitoral deve ter como origem no próprio sistema político. "O que eu defendo é que o fundo não retira dinheiro da Saúde, da Segurança Pública ou da Educação", disse.

Ele sugere retirar metade da verba do fundo partidário que hoje é destinada às fundações ligadas aos partidos e extinguir a propaganda partidária fora do período eleitoral, revertendo o valor da isenção fiscal às emissoras de TV para o novo fundo. "Não estou defendendo o fundo. O que estou dizendo é que se for criado um fundo apenas pelo fundo, tirando dinheiro da Saúde e da Educação, eu não pautaria de ofício, somente pela vontade da maioria dos líderes", disse.

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