Cremers arquiva sindicância envolvendo médica que negou consulta a filho de petista

Cremers arquiva sindicância envolvendo médica que negou consulta a filho de petista

Segundo conselheiros, não houve infrações ao Código de Ética

Bibiana Dihl / Rádio Guaíba

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O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) arquivou a sindicância que envolve a pediatra Maria Dolores Bressan, que negou consulta a um bebê de um ano de idade por ele ser filho de uma pessoa ligada ao PT. O caso foi denunciado pela ex-secretária estadual de Políticas para Mulheres, Ariane Leitão. Em março deste ano, conforme Ariane, ela recebeu uma mensagem da médica pelo Whatsapp cancelando a consulta, alegando que eles eram petistas e mencionando o ex-presidente Lula. Para a ex-secretária, ela misturou assuntos profissionais e pessoais.

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O vice-presidente do Cremers, Fernando Matos, salienta que a sindicância foi arquivada por decisão unânime de sete conselheiros. O grupo entendeu que não houve infrações ao Código de Ética, já que a profissional não se recusou a atender uma emergência ou urgência, e ainda indicou outra pediatra e disponibilizou o prontuário.

“(O Cremers arquivou a denúncia) por não encontrar indícios de infração ao Código de Ética Médica, pois a médica comprovou que não havia mais uma boa relação médico-paciente, pois os pais insistiam em discutir política, atrapalhando o trabalho da médica”, explica Matos.

À época, Ariane afirmou que a médica não havia indicado outra pediatra para atender a criança. A sindicância recebeu a denúncia da ex-secretária por escrito e pediu explicações da médica, que se manifestou junto à Câmara de Julgamento.

O advogado de Ariane, Ramiro Goulart, explica que ainda não teve acesso ao documento, mas que, havendo possibilidade, vai recorrer ao Conselho Federal de Medicina, já que considera a postura da pediatra inadequada. Há, ainda um processo judicial que corre na 17ª Vara Cível de Porto Alegre, com audiência de conciliação marcada para o dia 26. O advogado pede R$ 10 mil para cada uma das vítimas – criança, pai e mãe -, somando R$ 30 mil a serem pagos pela pediatra.

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