Cunhada de João Vaccari Neto se entrega à Polícia Federal

Marice Correa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, se entregou no começo da tarde desta sexta-feira à Polícia Federal, em Curitiba. Com prisão temporária decretada, Marice chegou acompanhada de seu advogado. Ela foi citada nas primeiras fases da Operação Lava Jato.

A PF suspeita que Marice e outras familiares de Vaccari – a mulher, Giselda, e a filha Nayara ­– foram usadas para ocultar valores ilícitos arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT. A cunhada, segundo informa o pedido de prisão, “funcionava como uma auxiliar de João Vaccari Neto para operacionalizar a propina destinada ao Partido dos Trabalhadores”. Os investigadores acreditam que ela “recebia vantagens indevidas destinadas a Vaccari”.

Marice teria recebido propina no dia 3 de dezembro de 2013 da empreiteira OAS, alvo da investigação sobre corrupção e desvios na Petrobras. Os valores teriam sido entregues em espécie a mando do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, no endereço onde ela mora, em São Paulo. Ao comprar um apartamento Bancoop da empreiteira ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o imóvel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.

A força-tarefa da Lava Jato vê "caráter fraudulento" na transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".

Nessa quarta-feira, a Polícia Federal esteve em seu apartamento, em São Paulo, mas não a encontrou. Segundo o advogado Cláudio Pimentel, a cunhada de Vaccari estava em um congresso no Panamá. Ela chegou a Curitiba, nesta sexta, e seguiu direto do aeroporto para a sede da PF.