Debate da TV Record RS tem foco em segurança e saúde, com ataques e ironias

Debate da TV Record RS tem foco em segurança e saúde, com ataques e ironias

Sebastião Melo e Nelson Marchezan Jr. colocaram na mesa seus recursos e propostas para Porto Alegre

Correio do Povo

Sebastião Melo e Nelson Marchezan Jr. colocaram na mesa seus recursos e propostas para Porto Alegre

publicidade

Os candidatos à prefeitura de Porto Alegre colocaram propostas, polêmicas e opiniões à prova no debate da TV Record RS deste domingo, um dos últimos entre os dois postulantes à Prefeitura de Porto Alegre antes da eleição do dia 30 de outubro. Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB) se enfrentaram em três blocos, marcados pela pauta de segurança, saúde e educação, assim como pelas críticas e comentários irônicos.

O primeiro bloco de debates foi marcado fortemente por ataques e ironias de ambos os candidatos. Tanto Melo quanto Marchezan evitaram respostas diretas a algumas questões e revidaram com críticas às propostas e ações do rival.

Depois dos candidatos responderem a questão do por que não votar no rival, veio uma fase de perguntas diretas. Sobre o rival, Marchezan criticou o desgaste do governo pelos 12 anos no poder, sem condições de tomar as ações necessárias. Melo salientou a postura nada construtiva do rival. "De um lado temos um candidato que quer preservar as conquistas. O outro prega que a cidade começa agora."

Indagado sobre seu projeto do tele-saúde, Marchezan descartou a crítica de Melo sob a superficialidade da ideia. "Vou acabar com a ficha. Não vai precisar acordar às 3h para ir, às 4h, pegar uma ficha na fila do posto de saúde", exemplificou. "É um apoio ao sistema de saúde."

Melo seguiu minimizando a solução: "A gente não resolve a saúde com discurso fácil. Tenho que ter médico para atender, não adianta passar a fila do presencial para a do tele-agendamento."

Marchezan atacou o projeto de educação do atual governo, criticando fortemente a ação do "PDT, há 12 anos na secretaria" na Capital. Melo retornou com ironia, antes de citar realizações da prefeitura. "Minha avó sempre dizia, quando a pessoa diz tudo que você quer ouvir, não confie", relatou. "Nós construímos 65 creches. Não vou romper nenhum convênio e vou botar um dinheiro a mais. 72% da nossa rede escolar é atendida em turno integra. No próximo mandato, vamos atender 100%", projetou Melo.

O adversário fez a tréplica com mais uma crítica. "Ensino infantil é obrigação da prefeitura e ela foi multada pelo TCU por não cumprir com obrigações. No nosso governo a secretaria não será de um partido", destacou. "Para com esse mimimi", replicou Melo. "O senhor é ingrato, pois pertence a esse governo há 12 anos. Seus principais apoiadores estão no governo. O senhor vem aqui fazer críticas à saúde pública, que teve muitos avanços. Isso não é a boa política", completou.

Segurança é foco

O assunto segurança voltou à pauta no segundo bloco, com Marchezan destacando que buscará integrar melhor os recursos do Centro Integrado de Comando da Capital com a Brigada Militar e a Polícia Civil. "Vários municípios do RS diminuíram drasticamente os crimes, mas Porto Alegre está entre as mais violentas no mundo. Vou chamar Polícia Civil e BM para fazer protocolos de ação, pois hoje trabalham sozinhos. Até já fomos conversar de que maneira pode ser integrada essa questão", ponderou o candidato.

Melo respondeu: "A verdade dói deputado. Não sei se estava em Atlântida, Brasília ou Miami. O Ceic é uma tecnologia que custou muito dinheiro à cidade e tem milhares de câmeras interligadas. A BM usa diariamente essa tecnologia. Não dá para fazer terra arrasada, a tecnologia tem avanços contínuos, não é estanque", apontou.

Marchezan fez a tréplica: "Eu sou pago para estar em Brasília, minha pergunta é onde o senhor estava nos últimos 12 anos", falou. "Quero reiterar que a BM não tem acesso na hora que precisa e depois não necessita. A polícia investigativa é a Civil. Eles nos disseram que não possuem protocolos de ação para ter acesso a essas câmeras."

Nas considerações finais, Melo defendeu o "o possível de ser feito com o orçamento da prefeitura". Ele salientou duas trajetória de luta contra a ditadura e apelou aos eleitores que pensam em anular ou votar em branco. "Quero dizer que a omissão na eleição poderá fazer com que o futuro da cidade possa ficar comprometido", afirmou. Marchezan, por sua vez, reforçou a necessidade do "novo" na administração municipal. "Quero dizer que estou deixando Brasília, onde sou reconhecido nacionalmente num trabalho de ética e combate à corrupção, para fazer aquilo que o senhor e a senhora esperam de mudança na política brasileira", definiu.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895