Decisão do STF acarreta perda de autonomia dos estados, diz Tarso

Decisão do STF acarreta perda de autonomia dos estados, diz Tarso

Governador do RS participou de rodada de debates sobre unificação do ICMS

Correio do Povo

Governador do RS participou de rodada de debates sobre unificação do ICMS

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Em discurso no Senado Federal na manhã desta terça-feira, o governador do Estado Tarso Genro fez duras críticas à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a lei que permitia o parcelamento dos precatórios – títulos da dívida pública reconhecidos por decisão judicial definitiva. Segundo o chefe do Executivo gaúcho, o acórdão acarreta na perda da autonomia política dos governos e da capacidade de gestão orçamentária. Tarso questionou: “Nesses saques sobre os caixas dos estados será respeitada a vinculação à educação, à saúde e ao pacto da dívida pública?”

Tarso lembrou que a decisão dá margem à possibilidade de recálculo dos valores que já foram pagos. Segundo ele, se a modulação for em sentido contrário pode haver contestação judicial. "Estamos frente a um fato de extrema gravidade no País, que deve nos fazer repensar a hierarquia das votações", declarou o governador. 

O governador propôs ao Senado convocar um encontro entre representantes políticos e jurídicos para avaliar as consequências da decisão do Supremo. Tarso sugeriu que, em função do acórdão, estados e municípios ficariam subordinados às requisições do poder Judiciário. "Essa decisão expressa um momento de crise federativa", argumentou. Estima-se que cerca de 1 milhão de credores tenham mais de R$ 90 bilhões a receber de estados e municípios brasileiros.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deu início nesta terça-feira a mais uma rodada de debates antes de votar, no dia 26, o projeto de resolução que unifica gradualmente as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) até 2025. O chefe do Executivo gaúcho combateu a guerra fiscal entre estados que, segundo ele, contribui com a fragmentação da União. 

Tarso afirmou que é preciso vontade política para abortar a troca de indexadores da dívida pública. "Porque abre perspectiva para estados, como o Rio Grande do Sul, ter vantagem comparativa e, para que em 2017, não estejamos mais endividados do que hoje", acrescentou.


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