Decreto de Melo sobre acesso às escolas gera repercussão na Câmara de Porto Alegre

Decreto de Melo sobre acesso às escolas gera repercussão na Câmara de Porto Alegre

Em vigor desde ontem, a determinação regulamenta o ingresso de parlamentares, candidatos e movimentos ligados a partidos políticos nas instituições de ensino

Rafael Renkovski*

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O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), promulgou um decreto que regulamenta o acesso às escolas por cidadãos que não integram a comunidade escolar. Já em vigor desde terça-feira no município, o decreto determina que parlamentares, candidatos, movimentos de juventude ligados a partidos políticos e demais entidades só poderão ingressar nas dependências das escolas municipais para ministrar aulas ou palestras com a análise e autorização da Secretaria Municipal de Educação (SMED). O caso repercutiu entre a base e a oposição do governo na Câmara de Vereadores.

Veja o Decreto do Executivo

Em apoio ao prefeito, repete-se o argumento da importância da neutralidade nos ambientes educacionais. “Chega de vereador, candidato a deputado, chegar na sala de aula para fazer campanha ideológica, política, de gênero”, exclamou o líder do governo na Câmara, Idenir Cecchim (MDB). 

Do mesmo partido, a vereadora Lourdes Sprenger entende que o decreto visa disciplinar e normatizar a entrada nas instituições de ensino e diz que existem outros espaços para ideologias que não as escolas.

A oposição se movimentou e redigiu um Decreto Legislativo durante a sessão plenária desta quarta-feira. As justificativas apontam sobre o livre acesso de vereadores em órgãos municipais, independente de aviso prévio, sobre a autonomia pedagógica das unidades e criticam a restrição ao acesso da juventude de movimentos que discutem política. Além disso, argumentam que o decreto estabelece um filtro direcionador para que somente sejam realizadas ações educacionais com a concordância do governo.

“Qualquer argumento poderia barrar uma atividade”, declara o vereador e professor Alex Fraga (PSol), desaprovando a proposição do prefeito. Sobre a autorização para a entrada de movimentos de estudantes nas escolas, Fraga diz que “isso fere profundamente o processo democrático estudantil”. 

Confira o Projeto de Decreto do Legislativo proposto pela oposição

*Supervisão Mauren Xavier


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