Delcídio Amaral envia carta a senadores e nega ameaças para evitar cassação
Caso perca o mandato, parlamentar perderá o foro privilegiado
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Na carta, Delcídio diz que seu encarceramento, durante 86 dias, o afastou temporariamente da vida familiar, social e política, mas "não me exonerou da coerência e da razão". "Seria falso dizer que a injustiça não fere, testa a nossa força debilitando o corpo e atormentando o espírito, porém, essas provações não dobraram meu caráter", afirma.
No texto, o senador diz ainda que "ódio e revanchismo não ocuparam minha imaginação". "Mantive a serenidade e permaneço fiel aos meus princípios morais que não foram depreciados ou abalados". Segundo informou a assessoria de imprensa de Delcídio, ele mesmo redigiu o texto e pediu para que os funcionários de seu gabinete digitassem. Depois de pronto, ele assinou a mão cada uma das 80 cartas.
Com a carta, Delcídio quer convencer os outros senadores a votarem contra a cassação de seu mandato pelo Conselho de Ética do Senado, pedida em representação protocolada pela Rede e pelo PPS, com apoio do DEM e PSDB. Caso perca o mandato, ele perderá o foro privilegiado e, com isso, seu processo será remetido ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância.
Delcídio foi preso em novembro de 2015 acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. O senador ficou 86 dias preso em Brasília, quando ficou afastado do mandato, mas continuou recebendo salários e benefícios. Por conta da prisão, o parlamentar foi suspenso do PT. Ele ainda não retornou às atividades no Senado, pois pediu licença por 15 dias para tratamento médico.