Deputados defendem o perdão da dívida do Rio Grande do Sul com a União
Durante o Tá na Mesa, cinco parlamentares federais ressaltaram a importância da extinção dos pagamentos
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Cinco meses após as enchentes de maio que devastaram o Rio Grande do Sul, o perdão da dívida do Rio Grande do Sul com a União voltou para o centro do debate parlamentar. Suspensa por três anos, deputados federais gaúchos voltaram a defender a extinção do débito, justificando o momento e a situação de calamidade pública.
A deputada federal Any Ortiz (Cidadania) argumentou que, além do estado de calamidade pública ser, sozinho, justificativa para que somente o RS obtivesse o perdão, há outros fatores. Citou que há outros estados que também têm débito e que poderiam solicitar medida semelhante. Porém, ponderou que as demais regiões possuem especificidades que o Rio Grande do Sul não tem acesso. Um exemplo é o Fundo Nordeste.
“Com certeza se a gente estivesse em outra região do Brasil o tratamento do governo federal seria diferente”, lamentou a deputada.
“Era a oportunidade do Estado (de perdão da dívida). Daqui a três anos vamos ter um Estado quebrado, com muita dívida a pagar”, complementou o deputado federal Tenente Coronel Zucco (PL). Os dois integraram painel de parlamentares convidados do Tá na Mesa da Federasul desta quarta-feira.
Junto com Covatti Filho (PP), Marcel van Hattem (Novo) e Osmar Terra (MDB), eles debateram os desafios da Reconstrução do Estado. Quase que em unanimidade, os deputados concentraram suas reclamações ao governo federal, acusando o Palácio do Alvorada de “promessas que foram feitas e não foram cumpridas”, como definiu van Hattem.
Outro ponto foi a pouca interlocução com alguns deputados, como exemplificou Covatti Filho. Ele afirmou que “o governo federal tranca algumas propostas por questões ideológicas e algumas por questões econômicas”.
As críticas também pairaram sobre o governo do Estado e sua “inatividade” ante as medidas do governo federal, como a designação de um ministro da reconstrução (o da Comunicação, Paulo Pimenta).
“Para que criar um ministério para uma calamidade? Parece que fizeram uma intervenção no Estado. Foi um jogo político. Não tivemos uma maneira articulada de enfrentar isso”, criticou Terra.