Deputados e entidades ampliam pressão pelo IPE

Deputados e entidades ampliam pressão pelo IPE

Preocupação é com a nova tabela de remuneração do instituto aos hospitais, que está prevista para entrar em vigor no próximo dia 1º

Flávia Simões

Presidente do IPE Saúde, Paulo Afonso Opperman, durante reunião com deputados

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Deputados estaduais, servidores e entidades ligadas à saúde têm aumentado a pressão sobre o governo do Estado para barrar a nova tabela de repasses aos hospitais, que passa a valer a partir de 1° de abril. A correção prevê mudanças nos valores repassados pelo IPE Saúde às instituições de saúde. Segundo os hospitais, ao menos 15 unidades deverão deixar de atender assegurados do plano caso o novo modelo de remuneração entre em vigor. Na outra ponta – a do usuário – os servidores organizam nesta sexta-feira uma manifestação em frente à sede do Instituto, no centro de Porto Alegre. Uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre o tema também está prevista para próxima semana.

Na quarta-feira da semana passada, em reunião fechada com deputados, a secretária de Planejamento, Danielle Calazans, foi enfática ao afirmar que não há caixa para manter os atuais valores. Além disso, argumenta que apesar da baixa de 43% nas despesas com medicamentos, dieta e soluções, os valores referentes para material, diárias e serviço terão um aumento de 97%. O que, na prática, não seria uma perda substancial aos hospitais. Consta no documento apresentado aos deputados que “mais de 97% dos hospitais receberão aumento no faturamento entre 1% e 51%”. A presença da imprensa e sindicatos foi barrada na ocasião.

Apesar disso, deputados e algumas associações hospitalares insistem que a nova tabela está aquém do necessário para manutenção dos atendimentos pelo plano. Os principais hospitais impactados serão aqueles que atendem média e alta complexidade. A nova tabela deveria ter entrado em vigor em março, mas o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, atendeu ao pleito dos hospitais e adiou em um mês a implementação.

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Em 2023, a Assembleia Legislativa aprovou uma reforma no Instituto aumentando as alíquotas de contribuição com o objetivo de ampliar a arrecadação. Em 2022, o déficit mensal do IPE era R$ 36 milhões. As novas normas entraram vigor em 1º de outubro do ano passado. Há época, a dívida estava em R$ 250 milhões. Desde então, quase 30 mil usuários já deixaram o plano, segundo pedido de informação feito pelo deputado Pepe Vargas (PT) e exposto em nota da bancada.

A avaliação da deputada Sofia Cavedon (PT), que esteve na reunião, é de que a reforma, considerada “salvação da lavoura” pelo governo, não resultou em aumento na receita, ao menos a curto prazo. “É uma situação de hecatombe”, afirmou.


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