Em audiência pública, entidades solicitam que projeto do IPE Saúde não seja votado dia 20

Em audiência pública, entidades solicitam que projeto do IPE Saúde não seja votado dia 20

Evento conjunto de quatro comissões da Assembleia Legislativa foi marcado por manifestações contrárias à reformulação proposta pelo governo e por cobranças para revisão salarial do funcionalismo

Flavia Bemfica

Audiência, que contou com grande público, foi promovida por três comissões do Legislativo

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A audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira na Assembleia Legislativa para tratar da proposta do Executivo que reestrutura o IPE Saúde soou como um novo alerta ao governo a respeito das resistências que o projeto enfrenta. Ao longo de mais de três horas, servidores de diferentes categorias que lotavam as galerias do auditório Dante Barone usaram o bordão “Retira. Retira. Retira.” como forma de pressionar pela retirada ou do projeto da pauta ou do regime de urgência do texto. O projeto de lei complementar (PLC) 259 foi encaminhado à Assembleia em regime de urgência e está na pauta para ser apreciado em plenário na próxima terça-feira, 20.

Realizada em conjunto por quatro comissões do Legislativo (as de Saúde e Meio Ambiente; Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado; Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle; e Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo), a audiência desta quarta teve a presença de número significativo de parlamentares. As manifestações, contudo, foram, em sua maioria, de integrantes de entidades representativas de servidores e de deputados de oposição. Além da retirada da urgência ou do projeto, praticamente todos cobraram do Executivo a necessidade de uma nova revisão geral dos salários do funcionalismo e atrelaram a inexistência de aumentos ao déficit apresentado pelo sistema. Nos últimos nove anos os servidores estaduais tiveram apenas uma revisão geral, de 6%, concedida no ano passado.

Eles também solicitaram que sejam pagos os valores devidos ao IPE Saúde referentes a paritárias, precatórios, RPVs e imóveis transferidos ao Estado. E voltaram a assinalar que o texto não faz menção ao reajuste das tabelas de pagamento a médicos e serviços conveniados. A saída de profissionais em função dos valores é apontada hoje como um dos grandes problemas do sistema.

Em minoria, os representantes do Executivo: o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, a secretária de Planejamento, Danielle Calazans, e o presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene, tiveram suas intervenções interrompidas diversas vezes em função das manifestações do auditório. Os três insistiram em que a proposta do governo foi resultante da negociação com diversos segmentos e entidades. Os representantes dos servidores presentes à audiência seguiram rebatendo que não participaram da formulação de nenhuma das versões do texto. Jatene informou que os números apresentados são embasados em estudo de auditoria e Calazans disse que os cálculos atuarias podem ser demonstrados para toda a população.  Parlamentares de diferentes siglas, porém, voltaram a afirmar que até o momento não tiveram acesso aos cálculos atuariais citados pelo governo.

  • Servidores de diferentes categorias lotavam as galerias do auditório Dante Barone 

Fotos: Maria Eduarda Fortes


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