Em Curitiba, Lula manifesta indignação e perplexidade com suspensão do instituto
Ex-presidente presta depoimento na tarde desta quarta ao juiz federal Sérgio Moro
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"Você conseguiu entender esta decisão?", perguntou Lula ao deputado federal Wadih Damus (PT-RJ), que é advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro (OAB-RJ). Segundo Wadih, Lula disse que a decisão é "absurda". "Ele (Lula) manifestou perplexidade e indignação. Ele não entendeu, porque ninguém está entendendo aquela decisão", disse o deputado.
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O ex-presidente foi recebido por simpatizantes e integrantes de movimentos sociais. Cercado por seguranças e políticos, Lula, antes de entrar no prédio da Justiça Federal, pegou uma bandeira do Brasil entregue por um popular. O líder petista saiu agitando a bandeira. O senador Lindberg Farias, a senadora Gleisi Hoffmann e a ex-presidente Dilma fazem parte da comitiva de Lula e acompanharam o petista até o prédio.
Ainda no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, Lula se encontrou com advogados.
A segurança de Lula providenciou um esquema especial para despistar a imprensa e até mesmo a Polícia Militar do Paraná que acompanhou a chega do ex-presidente de helicóptero.
Na saída, Dilma se dirigiu para um hotel no centro de Curitiba, onde estão hospedados outros petistas, e Lula foi se reunir com advogados para os preparativos finais do depoimento. O local não foi divulgado por motivos de segurança. O helicóptero da PM acompanhou Dilma até o hotel.
De acordo com uma fonte do Instituto Lula, o ex-presidente chegou a aparentar ansiedade até cerca de 15 dias atrás, mas nas últimas duas semanas estava mais tranquilo. Durante a preparação para o depoimento, ele também teve atividades de lazer. Nesta terça-feira, por exemplo, passou duas horas assistindo ao jogo da Juventus, de Turim, contra o Mônaco, da França, pela Liga dos Campeões. Passou boa parte do dia discutindo apenas futebol.
Na preparação para o debate, Lula tem solicitado informações exclusivamente ao processo, segundo fontes do Instituto. Isso dá a entender que ele pretende fazer um depoimento técnico e não levar o encontro com Moro para uma disputa política. No entanto, a condução do depoimento pelo juiz da Lava Jato pode mudar a estratégia do presidente. Uma fonte disse que "ele está preparado para qualquer coisa". A expectativa no entorno de Lula é de que o depoimento, marcado para as 14h, seja curto.