Em meio à crise, Sartori admite candidatura à reeleição: "Não vou fugir da raia"

Em meio à crise, Sartori admite candidatura à reeleição: "Não vou fugir da raia"

Momento da declaração gera reações entre aliados e oposição

Flavia Bemfica

Governador participou de almoço com empresários

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Geraram desconforto em parte dos aliados e críticas expressas da oposição as declarações do governador José Ivo Sartori (MDB) nesta sexta-feira, durante almoço com empresários no Britisch Club no evento ‘Brasil de Ideias’, promovido pela Revista Voto. Naquele que é considerado o dia mais tenso do movimento dos caminhoneiros, com o desabastecimento de combustíveis e gêneros atingindo todo o país, e após o governo federal ter anunciado o emprego das Forças Armadas para desobstruir as rodovias, Sartori reagiu com bom-humor quando questionado por um dos presentes sobre a intenção de concorrer à reeleição. “Não vou fugir da raia, mesmo contrariando minha vontade pessoal.”

“O governador, com todo o respeito, sempre desconversa publicamente sobre a reeleição, apesar de ser o candidato do MDB e já ter informado a todos nós que vai concorrer. Mas hoje, com o país neste caos, não foi um bom dia”, concluiu um deputado peemedebista. “Foi inábil”, emendou um membro da executiva.

“Não é só a data. Lamentamos ainda a afirmação do governador de que não é sua vontade disputar a eleição. Isso explica seu governo como um todo”, disparou o presidente estadual do PT e deputado federal Pepe Vargas. O líder da bancada do PMDB na Assembleia, deputado Álvaro Boéssio, saiu em defesa de Sartori. “Para nós ele já havia dito, em eventos internos, que será candidato. Isso aí do momento não adianta, o pessoal critica de qualquer jeito.”

No decorrer da semana, Sartori evitou se manifestar a imprensa sobre a situação no país. O governo preferiu emitir notas a respeito da situação. Nesta sexta, enquanto o governador palestrava aos empresários, o Executivo emitiu nova nota, informando a instituição de um gabinete de crise para encaminhar as medidas necessárias, chefiado pelo vice-governador, José Paulo Cairoli. A nota também adiantou o ingresso de medidas judiciais para desobstruir as rodovias. Mas ao mesmo tempo, em Brasília, o presidente Michel Temer anunciava a atuação das tropas federais para liberar as rodovias.

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