Em vídeo, Crivella agradece decisão do STJ e chora ao falar da mãe

Em vídeo, Crivella agradece decisão do STJ e chora ao falar da mãe

Ex-prefeito do Rio de Janeiro afirma ter doado mais de R$ 60 milhões para obras sociais

R7

Ex-prefeito comenta sua prisão e a morte da mãe

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O ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella publicou no sábado (20) um vídeo em suas redes sociais para comentar a ordem de prisão de recebeu ao final do mandato, em dezembro do ano passado. Em um vídeo de mais de três minutos publicado no sábado (20), Crivella agradece aos tribunais superiores por ter ficado preso em caráter domiciliar e se emociona ao falar da morte da mãe. Na ocasião, ele precisou da autorização da Justiça para ir ao enterro.

"Quero agradecer muito a Deus pelo Superior Tribunal de Justiça ter nos concedido o direito de cumprir a decisão domiciliar. Agradeço também ao Supremo Tribunal Federal que retirou as cautelares. Agradeço aos nossos advogados e a todos que oraram por nós e enviaram mensagens de esperança e fé", disse no vídeo, gravado em um local aberto.

Crivella foi preso na manhã da terça-feira, dia 22 de dezembro, no Rio de Janeiro em uma operação da Polícia Civil e do Gaocrim/MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Ele foi detido em casa, no bairro Península, na Barra da Tijuca, e levado para a Cidade da Polícia, no Jacaré. A prisão fez parte da Operação Hades, que apura supostos pagamentos de propina dentro da Prefeitura do Rio de Janeiro, considerada pela investigação um "QG da Propina".

"Agradeço também, sobretudo e principalmente a minha família: esposa, filhos, nora, genro, e lamento muito terem passado o que passaram. por fim, peço a Deus que ninguém jamais sofra a injustiça que cometeram contra mim, minha família e meu governo ou sintam a dor que senti por ter perdido minha mãe durante esse momento tão difícil."

No início da gravação, Crivella lembra do dia 22 de dezembro quando recebeu o mandato de prisão. "Às 5h45 da manhã do dia 22 de dezembro, nove dias antes de terminar o governo, recesso do judiciário batem à porta da minha casa com um mandado de prisão sob a alegação de que, como prefeito, eu poderia destruir provas, constranger testemunhas e realizar pagamenos indevidos em um suposto esquema de propina que furava fila nos pagamentos a fornecedores."

"Em dois anos de investigação, o Ministério Público não havia obtido uma prova sequer contra mim. Ainda assim, sofri prisão preventiva sob alegação de que nesse período de nove dias eu faria o que nunca tinha feito em 3 anos, 11 meses e 21 dias de governo, ou em quase 20 anos de vida pública. No curso das investigações, pedi publicamente para ser ouvido, ofereci meu sigilo bancário, fiscal, telefônico", disse Crivella em vídeo. 

Crivella declarou ainda que, "se tivessem aceito, veriam que nos anos de vida pública recebi de rendimentos declarados no Imposto de Renda salários e direitos autorais em valores atualizados R$ 35.169.516,60 e tudo que possuo é o apartamento onde eu moro, porque doei a maior parte desses recursos."

O ex-prefeito do Rio de Janeiro disse ainda que outros recursos "nem passaram na minha conta foram direto para as entidades: como os que recebi com contrato com a sony music, venda de CDs ou mesmo o prêmio do Show do Milhão no SBT." 

No total, Crivella diz ter doado mais de R$ 60 milhões para obras sociais. "Também morei com a minha família muitos anos na África como missionário e voltei para o sertão da Bahia, onde construi com recursos próprios, a Fazenda Nova Canaã. Desde 2001 educando centenas de crianças carentes, com escolas em horário integral, tratamento médico-odontológico e transporte escolar. Se doei meus recursos, faz sentido que queira obter valores ilícitos?"

Em relação a seu governo, Crivella afima que foi "um período difícil, crise econômica, menos R$ 15 bilhões para administrar a cidade, estado de calamidade pública por tempestades e ventos nunca vistos." Além disso, ele cita ainda a pandemia do coronavírus: "a pior pandemia da história mas que, quando chegou, tínhamos equipamentos para nossos hospitais e ainda ajudamos 25 municípios do estado."

"Ainda assim, não atrasamos salários, realizamos 450 mil cirurgias, foi recorde, reformamos 220 escolas e construímos outras e concluimos 120 obras das 130 deixadas pelo governo anterior. Elaboramos a legislação 'Idoneidade Carioca' para evitar problemas como esses que nos acusam sem provas, negociamos os subsídios do VLT com economia de bilhões, o Carnaval passou a ser patrocinado por recursos privados. afastamos as os da saúde que tinham problemas, recuperamos em processo administrativo recursos desvidos nas obras olímpicas por grandes empreiteiras."

"Estabelecemos a passagem de ônibus mais barata do Brasil, recuperamos a Linha Amarela, o pedágio foi suspenso, reduzi meu salário pela metade durante os quatro anos de governo, o que deu um total de uma economia de R$ 800 milhões pelo efeito cascata. Se trabalhamos tanto para conter desperdícios e corrupção, por que razão iríamos nos últimos 9 dias de governo fazer o que nos acusam sem provas?", afirmou. 


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