"Encontrei um homem triste, aguardando que a decisão seja revertida", relata Marun sobre Temer

"Encontrei um homem triste, aguardando que a decisão seja revertida", relata Marun sobre Temer

Ex-ministro da Secretaria de Governo visitou aliado preso na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro

AE

Michel Temer chegou a ser preso em março

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O ex-presidente Michel Temer estava extremamente triste, mas confiante de que sua prisão pudesse ser revertida a qualquer momento na noite de quinta, 21, na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro. A descrição é do ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que visitou o aliado preso e deu detalhes do encontro à Rádio Eldorado nesta sexta.

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"Encontrei um homem obviamente extremamente triste, especialmente por que sabe que é uma medida judicial absolutamente esdrúxula", disse Marun a Haisem Abaki e Carolina Ercolin. "Mas ainda confia na justiça. Está sendo tratado com respeito e dignidade e aguarda que essa decisão absurda seja o mais rapidamente revertida."

Marun criticou a decisão assinada pelo juiz Marcelo Bretas, da Operação Lava Jato no Rio. "Não vi ela sendo apoiada por nenhum jurista. Não vi ninguém que tenha dois neurônios apoiando essa decisão judicial. É um absurdo que seja a palavra de um homem que estudou Direito. Ela não seria escrita nem por um estagiário."

Sem dar detalhes, Marun disse que, em sua avaliação, a suposta fragilidade da decisão de Bretas abre margem para suspeitas a respeito dos objetivos da decisão que determinou a prisão do ex-presidente. "Tem a suspeita de que exista algo por trás disso e que os motivos sejam outros. De que se busque, com essa confusão causada com essa decisão inconsequente e ilegal, outros objetivos."

"Temer era um perigo à ordem pública? À ordem econômica? Perigo são eles", disse Marun. "Ontem, subiu o dólar, baixou a Bolsa, cria uma celeuma na área política que vai atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência. O presidente Temer tentou fugir? Não. O presidente Temer faltou a alguma convocação do Poder Judiciário? Não. O fato de ser absurda cria suspeitas sobre essa decisão."

Marun criticou o fato de a operação dizer que Temer comandava uma organização criminosa há quarenta anos. "Há quarenta anos, o presidente Temer nem exercia função pública. Não interessa o que eles pensam até porque não sabemos o que vai dentro do coração de pessoas que redigem decisões como essa. Ordenaram uma prisão preventiva sem nenhum pré-requisito para isso. Existe lei no país, se esse pessoal não sabe."


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