Entenda o cálculo que definiu quem fica com a vaga de Bobadra na Câmara de Porto Alegre
Anulação dos votos do vereador alterou quoeficiente eleitoral, mas não o suficiente para modificar queficiente partidário e distribuição de sobras
publicidade
A cassação do mandato e a anulação dos 4.703 votos de Alexandre Bobadra (PL) levantou dúvidas e gerou expectativas sobre quem assumiria a sua vaga na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Com o recálculo, realizado pelo Tribunal Regional Eleitoral do RS (TRE-RS), Cláudio Conceição (União) assumirá a vaga, sendo empossado no final da manhã desta quinta-feira. Havia, no entanto, a expectativa de que a cadeira pudesse ficar com Fran Rodrigues (PSol).
A anulação da votação de Bobadra impactou o quociente eleitoral, que é a divisão do número de votos válidos pelo número de cadeiras no Legislativo. No caso se Porto Alegre, a divisão é por 36, quantidade de vagas para vereador. Esse quociente foi reduzido de 17.624 para 17.494. Porém, não impactou significativamente no quociente partidário que é, resumindo, o número de vezes que cada sigla atinge o quociente eleitoral em número de votos.
No recálculo, mesmo sem os votos de Bobadra, o PSL ultrapassou o quociente eleitoral uma vez, com 18.774 votos válidos, garantindo uma vaga na Câmara de Porto Alegre. Em 2022, o PSL fundiu-se com o DEM resultando no União Brasil, sigla de Claudio Conceição. Conceição, era o primeiro suplente do antigo PSL, com 4.331 votos e, portanto, assumirá a vaga, sendo empossado na manhã desta quinta-feira.
A expectativa do PSol era justificada pois acreditava-se que, no reprocessamento, o antigo PSL pudesse ficar com a quantidade de votos inferior ao quociente eleitoral, perdendo a cadeira, que poderia ser repassada ao partido por conta da média usada para as distribuições das chamadas sobras, que são o excedente das cadeiras após distribuição por quociente eleitoral.
“O que poderia ter acontecido também é algum partido conquistar uma vaga a mais pelo quociente partidário e diminuir a quantidade de vagas distribuídas na sobras. Como essa diminuição foi muito pequena, todos os partidos continuam com a mesma quantidade de vagas e, consequentemente, a quantidade de sobras permanece igual”, explicou o assessor de Orientação Tecnológica do TRE-RS, Luis Fernando Schauren.
Em Porto Alegre, em 2020, 28 vereadores foram eleitos para a atual legislatura por quoeficente partidário, enquanto outros oito foram empossados por conta da média que distribuiu as sobras.
